Nicolás Maduro, que anda a prometer uma reforma constitucional desde dezembro de 2024, anunciou no domingo que tinha adiado o projeto para janeiro, afirmando que quer "aperfeiçoar o sistema eleitoral".
Em janeiro, um dia após a sua tomada de posse para um terceiro mandato, apresentou à Assembleia Nacional, onde tem maioria absoluta, uma proposta de reforma de, pelo menos, 80 artigos.
"Falei com a Comissão de Reforma Constitucional (...) e concordámos em preparar um processo de consulta e debate mais inclusivo, mais aberto, mais baseado no diálogo e a longo prazo, para entregar o projeto de reforma constitucional à nova Assembleia Nacional em janeiro", disse Maduro aos jornalistas, após votar nas eleições legislativas e regionais.
"E também tenho uma ideia que está a circular na minha cabeça, que é melhorar o sistema eleitoral geral", continuou.
Os membros da Assembleia Nacional eleitos este domingo tomarão posse em 05 de janeiro.
Depois de perder as eleições legislativas de 2015, Maduro elegeu uma Assembleia Constituinte em 2017 para "pacificar" a Venezuela enquanto o país era abalado por manifestações que exigiam a sua saída.
Por sua vez, o líder da oposição venezuelano, Edmundo González Urrutia, afirmou no domingo que os cidadãos e o mundo foram testemunhas de um evento que "tentou disfarçar-se de eleição", referindo-se às eleições regionais e legislativas, rejeitadas pelos anti-chavez.
"Hoje fomos testemunhas de um evento que tentou disfarçar-se de eleição, mas não conseguiu enganar nem ao país, nem ao mundo. O povo não validou um simulacro que pretendia legitimar o que por natureza é ilegítimo", afirmou o ex-embaixador numa publicação na rede social X, onde insistiu na reclamação do seu triunfo nas presidenciais de 28 de julho de 2024.
Leia Também: Eleições serão "consolidação da paz", diz chavista Jorge Rodríguez