"Dona de um olhar inovador e dotada de uma extraordinária profundidade artística", Graciela Iturbide retratou a natureza humana através de fotografias carregadas de simbolismo, que criam um mundo próprio, desde o primitivo ao contemporâneo, desde a crueza da realidade social até à magia espontânea do instante", escreveu o júri na ata de atribuição do prémio, divulgada pela Fundação Princesa das Astúrias.
O júri destacou ainda que a obra de Graciela Iturbide, em branco e preto, combina o lado documental com "o sentido poético da imagem" e que "capta a vida quotidiana do México, com um olhar profundo, respeitoso e evocador".
Nascida na Cidade do México, em 1942, Graciela Iturbide trabalhou em diversos países, para além do México, onde documentou a população indígena do país.
A sua obra já esteve exposta em museus e centros de arte como o Centro Pompidou (Paris), o San Francisco Museum of Modern Art (EUA) ou o Barbican Art Gallery (Londres).
Graciela Iturbide já foi distinguida também com diversos prémios internacionais, como o prémio de carreira da Organização Mundial de Fotografia, que lhe foi atribuído em 2021.
Os Prémios Princesa das Astúrias, atribuídos pela fundação com o mesmo nome, celebram em 2025 a 45.ª edição e distinguem anualmente o "trabalho científico, técnico, cultural, social e humanitário" realizado por pessoas ou instituições a nível internacional.
O Prémio Princesa das Astúrias das Artes 2025 foi o quarto deste ano anunciado pela fundação.
O primeiro foi o Prémio Princesa das Astúrias de Comunicação e Humanidades 2025, atribuído ao filósofo e ensaísta alemão de origem sul-coreana Byung-Chul Han, o segundo o das Letras, que distinguiu o escritor espanhol Eduardo Mendoza, e o terceiro o das Ciências Sociais, para o sociólogo e demógrafo norte-americano Douglas Massey.
Nas próximas semanas serão anunciados os prémios nas áreas do Desporto, Cooperação Internacional, Investigação Científica e Técnica e Concórdia.
Cada um dos prémios tem um valor monetário de 50.000 euros e a cerimónia de entrega decorrerá em outubro.
O Prémio das Artes foi concedido, em anos anteriores, a personalidades ou entidades como o músico espanhol Joan Manuel Serrat (2024), a triz norte-americana Meryl Streep (2023), os compositores Ennio Morricone e John Williams (2020), o encenador britânico Peter Brook (2019), o ilustrador e realizador de cinema de animação William Kentridge (2017), o cineasta Francis Ford Coppola (2015), o arquiteto Norman Foster (2009), o músico Bob Dylan (2007), o guitarrista Paco de Lucia (2004), o realizador Woody Allen (2002) e o Sistema venezuelano de orquestras infantis e juvenis (2008), entre outros.
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