Brasil deve usar "voz autoritária" a favor de encontro entre Zelensky e Putin

O ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano disse hoje ter pedido ao Brasil para usar a sua "voz autoritária" no diálogo com Moscovo para viabilizar o encontro entre os Presidentes da Ucrânia e da Rússia, na Turquia.

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Lusa
13/05/2025 20:14 ‧ há 3 horas por Lusa

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Ucrânia

"Conversei com o Ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, sobre os esforços de paz e contactos diplomáticos ativos esta semana. Insisti para que o Brasil apoiasse um cessar-fogo incondicional de 30 dias como base para negociações de paz eficazes", escreveu Andrii Sybiha numa mensagem publicada na rede social X.

 

"Reafirmei a prontidão do Presidente [Volodymyr] Zelensky para se reunir com [Vladimir] Putin na Turquia e pedi ao Brasil que use a sua voz autoritária no diálogo com a Rússia para que esse encontro direto ao mais alto nível aconteça", acrescentou.

O Governo brasileiro, por sua vez, também divulgou mensagens nas redes sociais sobre a conversa telefónica entre Vieira e Sybiha, sublinhando "a satisfação do Presidente [Luiz Inácio] Lula [da Silva] com a proposta do Presidente Vladimir Putin de abertura de negociações para a paz e com a manifestação positiva do Presidente Volodymyr Zelensky no mesmo sentido".

"A conversa tratou ainda da Declaração conjunta Brasil-China de hoje e a perspetiva de encontro na Turquia entre representantes da Rússia e da Ucrânia. Mauro Vieira sublinhou que a negociação direta entre os dois países é a fórmula defendida pelo Brasil desde o início do conflito", concluiu a mensagem.

O Governo brasileiro já havia manifestado, num comunicado conjunto assinado com a China, que ambos os países "avaliam positivamente os recentes sinais de disposição ao diálogo", acrescentando esperar que os dois lados "possam alcançar um entendimento que viabilize o início de negociações frutíferas, que contemplem as preocupações legítimas de todas as partes".

Brasil e China acrescentaram considerar necessário "encontrar uma solução política para a crise na Ucrânia", para um acordo de paz "duradouro e justo, que seja vinculativo para todas as partes no final".

Nos último dias, o Governo russo tem mantido em segredo a composição da delegação russa e a eventual presença de Putin nestas negociações, possivelmente as primeiras discussões diretas entre Kiev e Moscovo desde a primavera de 2022, no início da invasão russa da Ucrânia.

Em resposta a falta de clareza sobre a presença ou não do líder russo nas negociações de paz na Turquia, Zelensky pediu aos aliados ocidentais que adotem as sanções "mais pesadas" de sempre se o chefe de Estado da Rússia recusar estar presente no encontro.

A ausência de Vladimir Putin nas negociações será o "sinal definitivo" de que Moscovo não quer parar a guerra nem está disposto a negociar, considerou o Presidente ucraniano numa conferência de imprensa, em Kiev.

Zelensky garantiu que vai estará na Turquia e "fará tudo" para conseguir encontrar-se e iniciar conversações com Putin.

"Faremos tudo para que esta reunião aconteça", disse Zelensky, acrescentando que também fará tudo para alcançar um cessar-fogo.

Questionado, o Kremlin recusou comentar as declarações de Zelensky, referindo através de um porta-voz que a Rússia "continua a preparar-se para as negociações agendadas para quinta-feira".

A proposta da reunião partiu de Putin que, no sábado à noite, sugeriu que fossem iniciadas negociações diretas entre as partes a 15 de maio, em Istambul.

Leia Também: Sanções do Ocidente? "Não há necessidade de ter medo", diz Putin

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