Na mensagem que informava Di Segni sobre a sua eleição, Leão XIV comprometeu-se a "continuar e fortalecer o diálogo e a cooperação da Igreja com o povo judeu no espírito da declaração 'Nostra aetate' do Concílio Vaticano II", referiu o comunicado.
A declaração 'Nostra aetate' foi promulgada pelo Paulo VI em 28 de outubro de 1965, marcando o ponto de viragem nas relações entre a Igreja Católica e o judaísmo, e é um texto fundador para o diálogo com outras confissões religiosas.
O rabino-chefe de Roma "recebeu com satisfação e gratidão as palavras que lhe foram dirigidas pelo novo Papa" e vai participar na missa inaugural do pontificado de Leão XIV, que acontece no domingo, na Praça de São Pedro, acrescenta-se na nota.
Esta mensagem, com o mesmo conteúdo, foi recebida por várias comunidades e associações judaicas em todo o mundo.
Nos últimos anos do pontificado de Francisco, registaram-se vários momentos de tensão devido às declarações do Papa argentino sobre a guerra na Faixa de Gaza e ao seu apelo a uma investigação para apurar se houve genocídio no enclave palestiniano.
O gabinete do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, demorou três dias a expressar as suas condolências pela morte do Papa Francisco e Israel esteve representado pelo seu embaixador junto do Vaticano no funeral, que contou com a presença de cerca de 50 chefes de Estado e de Governo de todo o mundo.
Na passada quinta-feira, logo após a eleição do novo Papa, Netanyahu felicitou Leão XIV.
"Parabéns ao Papa Leão XIV e à comunidade católica mundial. Desejo ao primeiro Papa dos Estados Unidos sucesso na promoção da esperança e da reconciliação entre todos os fiéis", disse Netanyahu. Já o Presidente israelita, Isaac Herzog, encorajou o novo Papa a "fortalecer a amizade entre judeus e cristãos".
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