Cientistas descrevem como se formam dunas nas praias e superfícies duras

A análise através de um laser de alta resolução no deserto da Namíbia permitiu aos cientistas descrever como se formam as dunas de areia mais pequenas, aquelas que não estão em desertos, mas em praias ou superfícies duras.

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Lusa
13/05/2025 06:29 ‧ ontem por Lusa

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Uma equipa internacional de investigadores, incluindo membros das universidades de Southampton, Oxford, Loughborough (Reino Unido), Paris (França), Illinois e Denver (EUA), descobriu que a areia que se move sobre superfícies mais duras e consolidadas salta mais alto e é mais facilmente transportada pelo vento para formar partículas.

 

Ao atingir uma superfície mais macia e ondulada, a areia acumula-se, formando pequenas dunas, ou "protodunas", como as descrevem os investigadores num artigo publicado na segunda-feira na revista Proceedings of the National Academy of Sciences.

Até agora, os cientistas não conseguiram aplicar o seu conhecimento de como se formavam a dunas mais pequenas, como as que são comummente encontradas nas praias.

"A teoria de como se formam as grandes dunas ondulantes do deserto do Saara baseia-se no pressuposto de que existem quantidades quase ilimitadas de areia macia e seca disponível, recolhida e depositada pelo vento. Mas isso não explica como se formam pequenas dunas em superfícies húmidas, como praias ou zonas duras", realçou um dos autores, Jo Nield, investigador da Universidade de Southampton.

Segundo Nield, "nestas superfícies húmidas ou duras, a areia não só rola pelo chão, como sobe até cerca de um metro, pelo que há uma transição gradual em que os grãos sentem a mudança de uma superfície consolidada para uma ondulada."

"Quando os cumes de areia começam a formar-se, influenciam os padrões de vento, que acrescentam mais areia e ajudam a duna a crescer", acrescentou o investigador da Universidade de Southampton, citado num comunicado.

Pequenas dunas movem-se e crescem rapidamente, podendo ir dos zero aos seis centímetros em meia hora. Além disso, podem desaparecer tão rapidamente como surgem.

Esta nova teoria, combinada com os dados de alta resolução recolhidos, foi desenvolvida por investigadores da Universidade de Paris para criar um modelo computacional que reproduz a dinâmica da formação dunar.

O modelo conseguiu recriar com precisão o que os investigadores observaram nos seus estudos de campo em condições áridas, como as da Namíbia, mas também em condições húmidas, como as do Colorado (Estados Unidos) ou de Norfolk (Reino Unido).

O modelo também permite que a equipa ajuste vários parâmetros, como a quantidade de areia e o vento, para compreender diferentes cenários de formação de dunas.

Os autores acreditam que a sua descoberta também ajudará a explicar como se formam estas dunas em Marte e noutros planetas.

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