Mais de 900 pessoas foram infetadas na África do Sul e pelo menos 180 morreram entre 2017 e 2018 num surto detetado numa fábrica de alimentos, propriedade da Tiger Brands.
As vítimas entraram com uma ação coletiva contra a empresa, em 2018.
"A Tiger Brands confirmou que os advogados que representam a sua principal seguradora fizeram uma proposta de acordo ao advogado dos autores" da queixa contra a empresa, em comunicado do grupo alimentício.
A oferta é "parte de um roteiro para uma possível resolução global da ação coletiva de listeriose", disse.
De acordo com a proposta, a indemnização total será oferecida a determinadas categorias de reclamantes que sofreram danos como resultado da contaminação.
"A oferta está sujeita a certas condições e foi feita sem admissão de responsabilidade", afirmou a Tiger Brands, acrescentando que os nomes dos que aceitarem a oferta não serão publicados para proteger a sua privacidade.
O advogado das vítimas, Richard Spoor, saudou "o reconhecimento efetivo da responsabilidade pela Tiger Brands" e estima que o número total de vítimas seja superior a 200, a maioria delas crianças.
A oferta da empresa "reflete um movimento positivo em direção à responsabilidade corporativa, à cidadania responsável e à justiça para as vítimas", sublinhou a empresa em comunicado.
A listeriose é causada por bactérias presentes no solo, na água, na vegetação e nos excrementos de animais, que podem contaminar alimentos frescos, principalmente carnes.
A contaminação leva a doenças semelhantes à gripe, infeção sanguínea e, nos casos mais graves, infeção cerebral, que pode ser fatal.
De acordo com as autoridades de saúde da África do Sul, a fonte da epidemia de 2018 foi uma fábrica pertencente à Enterprise Food, uma subsidiária da Tiger Brands, localizada a 300 quilómetros a nordeste da capital, Pretória, que produzia salsichas que eram particularmente populares entre os consumidores sul-africanos.
Vários países africanos impuseram restrições às importações de carne sul-africana na sequência dessa crise.
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