"Ele é mais peruano do que dos Estados Unidos", porque foi no Peru que "se fez bispo e cardeal", afirmou a freira, segurando uma bandeira do seu país.
Ao seu lado, o sacerdote Michael Sims discordava. "Ele é de Chicago, como eu", disse, brincando "USA, USA".
Todo o percurso pastoral recente do cardeal Robert Prevost passou pelo Peru, onde foi missionário, antes de ter sido chamado a prior geral dos Agostinianos, durante dois mandatos, tendo depois regressado ao Peru, para gerir a diocese de Chiclayo.
Francisco nomeou-o cardeal e chamou-o a Roma para Prefeito do Dicastério dos Bispos, tendo sido eleito, aos 69 anos, Papa Leão XIV.
A sua eleição "foi uma bênção, porque ajudou na paz do nosso país. O Santo Padre conhece as pessoas que necessitam" e "foi um mediador" na sequência das várias crises políticas do país, afirmou Carolina Hurtado.
"Ele sabe bem o que fez Francisco, deve muito a Francisco e falou nele no seu discurso. As coisas vão continuar no mesmo caminho", confiou a religiosa, salientando que o novo Papa "falou do Caminho Sinodal", o que é "um sinal importante" que quer manter o diálogo com as bases da Igreja.
Leão XIV "fez um grande trabalho com os mais pobres e sabe bem como é a vida de quem sofre".
Já Sims não conhece tão bem Robert Prevost feito Leão XIV. "Confesso que não conheço muito, é muito bem visto na América Latina e é um Papa do mundo", afirmou.
"Seja quem for, fará o bem à Igreja", confiou o sacerdote, estudante de teologia em Roma.
Maristel Jaime Salcedo, 25 anos, era outra peruana excitada com a escolha de Prevost. "Viu, ele falou em espanhol, não falou em inglês?"
"Eu sou católica, vivo em Londres e vim aqui por causa do Conclave. Foi uma aventura, mas quando falaram em Chiclayo fui a única que gritei, porque não havia mais nenhum peruano ao pé de mim", afirmou Maristel, que se juntou depois a Carolina para festajarem com a bandeira do seu país.
Quanto ao futuro, Maristel considera que Leão XIV necessita de "sabedoria e humildade" para "procurar uma igreja unificada, mas que mude".
Rachel Sand é outra jovem de 25 anos, com a bandeira norte-americana aos ombros e que estava esfusiante.
"Não sei nada sobre o novo Papa, mas é nosso. Ele é dos Estados Unidos", gritou, prometendo "beber esta noite à saúde de Leão XIV".
De férias em Roma, aproveitou para ir ver o fumo à Praça de São Pedro e teve sorte. "Só vim hoje, correu bem", disse.
Quanto ao futuro, Rachel Sand, que se diz católica "pouco praticante", espera que o Papa não seja "uma marionete do Presidente Trump".
"Queremos um Papa que faça a paz e que não obedeça a loucos, como Trump ou Musk", disse.
O cardeal Robert Francis Prevost, 69 anos, foi hoje eleito Papa, após dois dias de conclave, na Cidade do Vaticano, e assumiu o nome de Leão XIV.
Nascido em Chicago, Estados Unidos, o novo Papa, eleito na quarta votação, tem ascendência espanhola e nacionalidade peruana, e pertence à Ordem de Santo Agostinho.
Leão XIV sucede ao Papa Francisco, que morreu em 21 de abril, aos 88 anos.
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