Roménia. Observadores apontam falhas de supervisão da campanha

Observadores na primeira volta das presidenciais na Roménia, realizada no domingo, destacaram hoje como aspetos negativos o comportamento dos candidatos online e alguma falta de supervisão da campanha.

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© Andrei Pungovschi/Bloomberg via Getty Images

Lusa
05/05/2025 15:59 ‧ há 4 horas por Lusa

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Roménia/Eleições

Os observadores da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) registaram "esforços notáveis [das autoridades] para abordar a integridade eleitoral", mas consideraram que "certos aspetos da campanha presidencial não tiveram supervisão suficiente", afirmaram, em conferência de imprensa em Bucareste, responsáveis da missão conjunta do Escritório para as Instituições Democráticas e Direitos Humanos (ODIHR, na sigla em inglês) e da Assembleia Parlamentar da OSCE.

 

"O comportamento inautêntico generalizado dos candidatos online [com vista à manipulação], a abordagem fragmentada das autoridades para supervisionar o espaço online e a falta de transparência na tomada de decisões tiveram um impacto negativo no processo eleitoral", consideraram.

A coordenadora especial e responsável da missão parlamentar, Lucie Potuckova, afirmou que "os votos dos eleitores foram respeitados" e que a eleição foi gerida "de forma eficiente", mas defendeu ser necessária "uma maior transparência e segurança jurídica quer para eleitores quer para candidatos".

A primeira volta das presidenciais decorreu no domingo num contexto de crise política, após a anulação inédita, pelo Tribunal Constitucional, da votação realizada em 24 de novembro, por suspeita de interferência russa.

Segundo as autoridades, Moscovo terá catapultado a candidatura do populista pró-Kremlin Calin Georgescu através de uma campanha maciça nas redes sociais, principalmente o TikTok, que está sujeito a uma averiguação da Comissão Europeia por violação da integridade das eleições romenas.

A missão considerou que as autoridades romenas procuraram responder à forma como os candidatos usam as redes sociais, referindo que o "comportamento inadequado dos concorrentes foi um desafio em relação ao qual nem as autoridades nem as plataformas online fizeram o suficiente para responder", segundo o chefe da missão do ODIHR, Eoghan Murphy.

"O comportamento inautêntico é agora uma ferramenta das campanhas políticas" e "é usado pelos candidatos para amplificar o seu próprio conteúdo ou suprimir o conteúdo de outros", acrescentou.

Por outro lado, a missão concluiu que a supervisão foi dispersa por diferentes entidades e a sinalização de contas [com conteúdos inadequados] foi pouco transparente, defendendo "uma maior cooperação" no futuro.

Questionado sobre se a missão encontrou exemplos de interferência russa, o responsável remeteu para as autoridades romenas.

"Não foi especificamente levantada nenhuma preocupação séria em relação à interferência estrangeira, mas [as autoridades] sinalizaram um grande número de contas, o que nos leva de volta ao ponto sobre a transparência", comentou Murphy.

O chefe da missão lamentou que "talvez se tenha perdido uma oportunidade de informar melhor o público sobre exatamente que tipo de campanha está a decorrer online, e é sempre difícil avaliar o impacto deste comportamento inautêntico".

Sobre a forma como os governos podem preparar-se para gerir a desinformação online, Lucie Potuckova admitiu que "essa é a pergunta de um milhão".

"Nem tudo se trata de regulação e repressão, mas de aumentar a consciencialização sobre estes tipos de riscos, sobre literacia mediática e educação", sustentou.

Os observadores também salientaram que a campanha foi marcada pela escassez de iniciativas públicas de campanha, pelo que migrou quase inteiramente para as plataformas online e para os media -- onde, notaram, nem sempre era possível distinguir entre propaganda eleitoral e informação.

A missão de observação eleitoral totalizou 46 observadores de 20 países, sendo 39 peritos e observadores de longo prazo do ODIHR e sete parlamentares e membros da Assembleia Parlamentar da OSCE. As equipas vão acompanhar a segunda volta das presidenciais, no próximo dia 18.

[Notícia atualizada às 16h22]

Leia Também: Roménia. Conservadora demite-se da liderança do terceiro maior partido

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