O governo somali aprovou a introdução do sufrágio direto em agosto de 2024, numa tentativa de romper com o sistema político que foi estruturado por décadas em torno dos inúmeros clãs e subclãs que compõem a sociedade.
O recenseamento eleitoral na capital representa um passo importante para as primeiras eleições autárquicas por sufrágio universal na capital, previstas para junho, e para a introdução do sistema "uma pessoa, um voto" nas eleições legislativas e presidenciais previstas para 2026.
No entanto, observadores, temem que o processo possa ser complicado pela situação de segurança no país, particularmente devido aos avanços. nos últimos meses e em várias regiões, do grupo armado Al-Shabab, ligado à Al-Qaeda, que se encontra atualmente próximo de Mogadíscio.
"Os cidadãos de Mogadíscio começaram a registar-se para votar e a coletar os seus cartões de eleitor, marcando um passo significativo em direção ao sufrágio universal", disse o Ministro da Informação, Daud Aweis, numa mensagem numa rede social.
"A última vez que os somalis exerceram o seu direito de eleger os seus dirigentes foi em 1969, antes de décadas de agitação civil e instabilidade política", acrescentou.
Um correspondente da agência de notícias France-Presse (AFP) verificou que o registo tinha começado e observou filas de dezenas de eleitores no bairro de Shangani, na capital.
Leia Também: Radicais Shebab disparam morteiros perto do aeroporto de Mogadíscio