O Departamento de Estado ainda não anunciou formalmente a sua decisão de colocar o grupo na lista negra, mas deu entrada com uma declaração no registo federal, em cujo documento se descreve a Frente Al-Nusra como um aliado da Al-Qaeda no Iraque.
A Frente Al-Nusra é um dos mais eficazes grupos armados que lutam para derrubar o regime sírio, levantando preocupações no Ocidente relativamente à possibilidade de os islâmicos radicais estarem a tomar conta da revolta popular que estalou há 21 meses na Síria.
O grupo reivindicou a autoria de recentes atentados bombistas que mataram várias pessoas, sublinhando que espera substituir a família de Assad, no poder há quatro décadas, por um estado estritamente islâmico.
O Departamento de Estado norte-americano liga as actividades da Frente à Al-Qaeda no Iraque, a qual tem levado a cabo uma série de atentados à bomba contra civis xiitas e que no passado, antes da retirada das tropas, tinham frequentemente como alvo forças de segurança norte-americanas.
"Temos tido preocupações relativamente à possibilidade de a Al-Nusra ser mais do que uma frente para a Al-Qaeda no Iraque, que tem transferido algumas das suas operações para a Síria", sublinhou a porta-voz do Departamento de Estado, Victoria Nuland, na segunda-feira.
A mesma responsável adiantou ainda que o Departamento de Estado terá mais a dizer sobre o assunto nos próximos dias.
A declaração da Frente Al-Nusra como um grupo terrorista implicará o congelamento dos seus bens e fará com que os norte-americanos fiquem proibidos de efectuar qualquer transacção com o grupo, algo que pode complicar os esforços para o fornecimento de ajuda à rebelião fragmentada da Síria.
Na segunda-feira, os jihadistas liderados pela Frente Al-Nusra tomaram conta de uma base militar na província de Aleppo, no norte do país.
A intenção de declarar a Frente Al-Nusra um grupo terrorista surge nas vésperas do encontro dos ‘Amigos da Síria’, o qual terá lugar em Marrocos, na quarta-feira.
