Em declarações à rádio estatal, Orbán disse que os planos da UE para preencher a lacuna deixada pelos cortes aparentes no apoio norte-americano à Ucrânia pela administração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prejudicariam a economia do bloco.
Orbán reiterou a posição de que a adesão da Ucrânia à UE depende da aprovação ou não da Hungria.
A adesão da Ucrânia à UE, para Orbán, significará que "a Europa será destruída, incluindo a economia húngara".
"Este processo tem de ser travado a tempo", defendeu.
Como forma de reforçar o apoio à posição de Orbán, o executivo de Budapeste vai lançar uma "consulta nacional", uma forma de campanha política conduzida periodicamente pelo governo populista de direita de Orbán, sob a forma de um "questionário informal" enviado a todos os adultos do país.
Estes inquéritos têm sido amplamente criticados pelos investigadores e pelos partidos da oposição, que os consideram "instrumentos de propaganda, manipuladores na sua formulação e altamente sugestivos das respostas desejadas".
"Todos vão dar a sua opinião" sobre a potencial adesão da Ucrânia à UE, disse Orbán. "A questão é simples: sim ou não".
Os resultados do inquérito não serão juridicamente vinculativos, segundo Orbán, que não adiantou quando será realizado o inquérito.
O Governo de Orbán afirmou que as sondagens reforçam a sua posição negocial a nível europeu, demonstrando um consenso nacional sobre questões políticas.
Orbán, um firme apoiante de Trump e considerado o parceiro mais próximo do Presidente russo, Vladimir Putin, na UE, recusou na quinta-feira subscrever parte de uma declaração de apoio à Ucrânia numa cimeira de emergência convocada em Bruxelas.
Na cimeira, os líderes da UE comprometeram-se a trabalhar em conjunto para reforçar as defesas do continente e libertar centenas de milhares de milhões de euros para a segurança, após os repetidos avisos de Trump de que os deixaria à deriva para enfrentarem sozinhos a ameaça da Rússia.
Todos os outros 26 líderes da UE aprovaram a posição do bloco de que não pode haver negociações sobre o conflito sem a Ucrânia, e de que os europeus devem ser envolvidos em quaisquer negociações que envolvam a sua segurança.
Orbán tem advertido repetidamente que o seu país poderá exercer um veto à entrada da Ucrânia na UE, decisão que exige a unanimidade entre todos os líderes do bloco.
Kiev considera a adesão à UE uma parte crucial da salvaguarda da segurança futura da Ucrânia contra potenciais novos ataques russos após um eventual fim da atual guerra.
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