Sondagem mostra que público aprovou discurso de Trump de terça-feira

Uma sondagem da rede televisiva CNN Internacional mostra que o público recebeu positivamente o discurso de terça-feira do Presidente norte-americano, Donald Trump, apesar de críticas da imprensa e de analistas norte-americanos.

Donald Trump

© REUTERS

Lusa
05/03/2025 20:10 ‧ 05/03/2025 por Lusa

Mundo

Estados Unidos

A sondagem aponta que 69% dos inquiridos viram o discurso do Presidente como positivo, em comparação com 31% que o classificaram negativamente.

 

Entre os que responderam positivamente, 44% admitiram ter uma reação muito positiva, enquanto, do lado oposto, 16% viram o discurso como muito negativo.

A maioria dos inquiridos na sondagem da CNN disse que as políticas de Trump levariam o país na direção certa.

Trump obteve as notas mais elevadas pelas suas políticas sobre imigração: 76% dos observadores - maioritariamente republicanos - disseram que as políticas propostas sobre essa questão levariam o país na direção certa, em comparação com 63% que disseram o mesmo sobre as suas medidas para mudar a forma como o Governo funciona, 62% sobre as suas políticas económicas ou 56% sobre a imposição de tarifas. 

Uma outra sondagem, divulgada hoje pela CBS News/YouGov, indica resultados ainda mais satisfatórios para o chefe de Estado, com 76% dos inquiridos a aprovarem o seu discurso, enquanto apenas 23% desaprovaram.

A CBS frisou que a audiência foi fortemente republicana (51%) --- historicamente, o partido do Presidente em exercício atrai mais eleitores desse mesmo partido -, enquanto 27% eram independentes e 20% democratas.

A maioria descreveu Trump como "presidencial", "inspirador" e mais "unificador" do que "divisivo", além de o considerarem "divertido".

A maioria dos inquiridos disse ainda que o discurso os fez sentir "esperançosos" e "orgulhosos".

Por outro lado, imprensa de referência e analistas norte-americanos teceram duras críticas à forma como Donald Trump entregou o seu primeiro discurso ao Congresso desde que regressou à Casa Branca para um segundo mandato, em 20 de janeiro.

Uma significativa parte do seu discurso foi usada para Trump se autocongratular por "inaugurar a maior e mais bem-sucedida era da história" do país, advogando que realizou mais nos primeiros dias de Governo do que a maioria "realiza em quatro ou oito anos".

Na sequência, o influente jornal New York Times pediu a nove dos seus redatores e colunistas para assistirem ao discurso e redigirem uma opinião, com muitos a destacarem as "mentiras" ditas pelo chefe de Estado ao longo do seu longo pronunciamento.

Como pior momento da noite, a colunista Michelle Goldberg destacou a "enxurrada de mentiras facilmente desmascaradas de Trump" sobre milhões de pessoas mortas que poderiam estar a receber cheques da Segurança Social.

"Ele estava simplesmente a demonstrar, mais uma vez, o seu desprezo pela verdade", avaliou a jornalista.

Para o redator Frank Bruni, Trump esteve em "terreno político sólido e na sua zona de conforto" quando falou sobre reprimir a imigração ilegal, frisando que entre as "muitas mentiras, o Presidente disse a verdade sobre menos imigrantes estarem a cruzar ilegalmente a fronteira"

"Tudo no mundo de Trump é extremo, absoluto, sem nuances, superlativo. Pior de todos os tempos. Melhor de todos os tempos. (...) É [um comportamento] juvenil. É narcisista. É exaustivo - como o seu discurso, que fez a cerimónia dos Óscares de domingo à noite parecer sucinta", criticou ainda.

Para a jornalista Katherine Mangu-Ward, a promessa de Trump de equilibrar o orçamento federal foi "uma mentira, e todos naquela sala sabiam disso".

"Nos próximos dias, as pessoas naquela sala [congressistas] provavelmente aprovarão uma resolução contínua que falha completamente em levar a sério os verdadeiros impulsionadores do défice: benefícios, gastos militares e serviço da dívida", observou.

Ao canal de notícias MSNBC, o escritor Ja'han Jones indicou que a maior lição do discurso - marcado por "autocongratulação descarada" - foi o reconhecimento de Trump de que as suas políticas económicas trarão algum sofrimento para as famílias americanas.

"O reconhecimento de Trump de que as suas guerras comerciais causarão uma 'pequena perturbação' quase certamente subestimou o caos que essas políticas provavelmente desencadearão na economia norte-americana", advogou.

Já o editor de opinião da MSNBC, James Downie, que considerou o discurso de Trump como "reveladoramente desequilibrado", escreveu que o chefe de Estado esquivou-se do problema da economia e que isso poderá causar problemas ao Partido Republicano quando uma nova época eleitoral chegar.

"O problema para o Presidente e para o seu partido é que, como ele mesmo admitiu, muitos americanos votaram nele - ou ficaram em casa em vez de votar nos democratas - não por causa da imigração ou de visões anti-transexuais, mas por causa da economia. Trump contornou esse problema esta noite. Os republicanos não conseguirão contorná-lo quando as eleições chegarem novamente", disse.

Depois de falar por cerca de uma hora e 40 minutos, Trump passou a deter o recorde do primeiro discurso mais longo para uma sessão conjunta do Congresso ou discurso do Estado da União, segundo a rede televisiva CNN.

Contudo, parte da galeria do Congresso estava vazia quando Trump terminou o discurso, uma vez que os democratas abandonaram a sala antes de o chefe de Estado concluir as declarações.

Numa situação pouco comum, o congressista democrata Al Green acabou expulso da sessão por interromper o discurso de Trump com protestos.

Leia Também: Trump aplica isenção de um mês em tarifas à importação do México e Canadá

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