Meloni chocada com condenação em tribunal de subsecretário da Justiça

A primeira-ministra italiana Giorgia Meloni manifestou-se chocada com a condenação a oito meses de prisão do subsecretário de Justiça, Andrea Delmastro, por ter revelado informações confidenciais e defendeu que o mesmo não vai abandonar o cargo.

Giorgia Meloni, Itália,

© Antonio Masiello/Getty Images

Lusa
21/02/2025 06:24 ‧ 21/02/2025 por Lusa

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Itália

"Estou chocada com a condenação do subsecretário Andrea Delmastro, para quem o Ministério Público tinha inicialmente pedido o arquivamento e, posteriormente, a absolvição. Pergunto-me se a sentença é realmente baseada no mérito da questão", escreveu a líder italiana no X.

 

"O subsecretário Delmastro continua no seu cargo", afirmou, apesar dos apelos da oposição à sua demissão ou destituição.

Um tribunal de Roma condenou o subsecretário da Justiça Andrea Delmastro a uma pena suspensa de oito meses por ter revelado informações confidenciais sobre o anarquista Alfredo Cospito, que se encontrava preso.

O subsecretário, membro do partido de direita radical Irmãos de Itália (FdI na sigla italiana), da primeira-ministra Giorgia Meloni, foi considerado culpado de ter divulgado informações potencialmente comprometedoras sobre o caso ao seu colega de casa e também membro do partido, Giovanni Donzelli, membro de uma comissão parlamentar que supervisiona os serviços de informação italianos, que posteriormente as divulgou no parlamento.

Na fase das audiências preliminares, os procuradores pediram o arquivamento do processo contra o subsecretário, mas o juiz recusou e ordenou-lhes que apresentassem um pedido de acusação.

Em janeiro de 2023, Donzelli disse ao Parlamento que Cospito, que na altura estava em greve de fome para protestar contra o regime de prisão a que está sujeito -- reservado normalmente para mafiosos e terroristas - tinha falado com chefes da máfia para conseguir a abolição do tratamento.

Donzelli revelou também que quatro deputados do Partido Democrático (PD), na oposição de centro-esquerda, visitaram Cospito, que está a cumprir uma pena combinada de 30 anos pelo atentado de Fossano, no qual ficaram feridos dois polícias militares, e por ter dado uma joelhada a um executivo de uma empresa nuclear em 2012.

Durante o debate, Donzelli perguntou se o PD estava do lado do Estado ou da máfia e dos terroristas, provocando a indignação da oposição.

Posteriormente, Delmastro alimentou a polémica ao afirmar que os deputados do PD tinham cedido à exigência de Cospito de se encontrarem com outras pessoas detidas ao abrigo do regime prisional conhecido como "41 bis", incluindo dois chefes da máfia, como condição para o encontro com ele.

Após o veredicto de hoje, Delmastro disse que esperava ser absolvido no recurso e que não se demitiria.

Os juízes da oitava secção criminal do Tribunal de Roma aplicaram a Delmastro uma proibição de exercer funções públicas durante um ano.

Rejeitaram, no entanto, os pedidos de indemnização apresentados por quatro deputados do Partido Democrático.

Leia Também: Meloni visita Papa no hospital: "Não perdeu proverbial sentido de humor"

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