"O Ministério da Cultura (MinC) recebeu com pesar a notícia da morte do escritor paranaense Dalton Trevisan, aos 99 anos, na segunda-feira, na capital do estado. Um dos maiores contistas brasileiros, ele era conhecido como 'O Vampiro de Curitiba'", indicou em comunicado, referindo-se ao "apelido que surgiu a partir de um dos personagens da obra de mesmo nome, publicada em 1965".
O Governo brasileiro recordou ainda a longa trajetória artística de Dalton Trevisan, que "escreveu cerca de 50 livros de contos, novelas e romances, nos quais retratou as ruas, bairros e personagens da sua cidade natal".
Por fim, o Governo brasileiro enviou uma mensagem na qual se "solidariza à família, amigos e aos inúmeros admiradores de Dalton Trevisan".
A família anunciou na segunda-feira a morte do escritor brasileiro Dalton Trevisan.
"Todo vampiro é imortal. Ou, ao menos, seu legado é. Dalton Trevisan faleceu hoje, 09 de dezembro de 2024, aos 99 anos", escreveu a família na rede social Instagram.
Famoso pela aversão à imprensa e por viver quase em reclusão em Curitiba, os contos de Trevisan conquistaram o mundo, com traduções para diferentes línguas, como inglês, espanhol, francês e italiano.
Entre 1946 e 1948, o escritor editou a revista 'Joaquim', que reunia ensaios e contos de autores como António Cândido, Mário de Andrade e Carlos Drummond de Andrade, além de traduções de escritores como Franz Kafka, Marcel Proust ou Jean-Paul Sartre.
'Contos Eróticos' (1984), 'Crimes de Paixão' (1978), 'Desastres de Amor', (1968), 'Dinorá - Novos Mistério' (1994), estão entre as suas obras, assim como 'Vozes do Retrato - Quinze histórias de Mentiras e Verdades' (1998), 'Violetas e Pavões' (2009) e 'O Anão e a Ninfeta' (2011), que foi o último livro publicado.
Em Portugal, foi publicado em 1984 pela editora Relógio d'Água, com a coletânea 'Cemitério de Elefantes'.
As histórias de Trevisan chegaram à televisão e ao cinema brasileiro, e na Hungria, um dos contos foi também adaptado para uma série de televisão.
No Brasil, a adaptação para o cinema de 'A Guerra Conjugal', de 1969, do realizador Joaquim Pedro de Andrade, recebeu o prémio de melhor filme e melhor realizador em festivais brasileiros, além de uma menção honrosa no Festival de Barcelona.
Em 2011, o autor recebeu o Jabuti - o maior prémio literário brasileiro - na categoria de contos e crónicas, com o livro 'Desgracida'. No ano seguinte, venceu o prémio de literatura Machado de Assis 2011, conferido pela Academia Brasileira de Letras.
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