Seul, 05 dez 2024 (Lusa) - O líder parlamentar do partido do Presidente Yoon Suk-yeol na Assembleia Nacional da Coreia do Sul garantiu hoje que todos os deputados vão rejeitar a moção apresentada pela oposição para destituir o chefe de Estado.
"Os 108 deputados do Partido do Poder Popular [PPP] vão permanecer unidos na rejeição da destituição do Presidente", declarou Choo Kyung-ho, numa transmissão em direto da reunião do partido.
Por seu lado, o líder do PPP exigiu que Yoon Suk-yeol abandone a formação, ao mesmo tempo que se comprometeu a bloquear a moção de destituição apresentada pela oposição.
Han Dong-hoon declarou aos jornalistas ter exigido a Yoon "que abandonasse o partido", acrescentando que o PPP não estava "a tentar defender a lei marcial inconstitucional do Presidente".
A oposição precisa que oito deputados do partido no poder votem a favor para que a moção de destituição seja aprovada.
Na terça-feira à noite, Yoon comunicou ao país a imposição da lei marcial para "erradicar as forças a favor da Coreia do Norte e proteger a ordem constitucional" das atividades "anti-estatais", tendo acusado o principal bloco da oposição, o Partido Democrático (PD).
Poucas horas depois, o Presidente suspendeu a lei marcial, depois de a Assembleia Nacional ter revogado a decisão, numa sessão plenária extraordinária convocada numa altura em que milhares protestavam nas ruas de Seul.
Na quarta-feira, seis partidos da oposição na Coreia do Sul apresentaram uma moção para a destituição de Yoon.
O Partido Democrático (PD) e cinco outros partidos iniciaram assim o processo parlamentar que poderá levar à suspensão do poder do Presidente sul-coreano, cujo partido governa em minoria.
A apresentação da moção de destituição foi anunciada à comunicação social na Assembleia Nacional pelos 192 deputados dos seis partidos.
Os promotores indicaram que tencionam votar a proposta na sexta-feira ou no sábado, dentro do prazo legal de 72 horas para a tramitação deste tipo de iniciativas, uma vez apresentadas.
Para que a proposta seja aprovada, será necessário o apoio de pelo menos 200 dos 300 lugares que compõem o parlamento da Coreia do Sul.
O PD e outras forças tinham obtido 190 votos na véspera para revogar a lei marcial, o que significa que só precisariam de mais dez votos para afastar Yoon.
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