Segundo a agência de notícias pública turca Anadolu, o Presidente Recep Tayyip Erdogan recebeu os seus dois convidados no Palácio Dolmabahçe, nas margens do Bósforo, um local habitual para reuniões de trabalho com chefes de governo estrangeiros.
O governo italiano informou em comunicado que os três líderes discutiram o reforço da cooperação para enfrentar desafios comuns, começando pela gestão dos fluxos migratórios.
A primeira-ministra Giorgia Meloni, referiu a mesma fonte, "discutiu com os seus interlocutores uma série de linhas de ação para combater as redes criminosas internacionais de traficantes humanos, melhorar a prevenção de movimentos irregulares e apoiar a Líbia na gestão da pressão migratória que está a sofrer".
A chefe do governo italiano, adianta, reafirmou ainda o compromisso do seu país com "a estabilidade, unidade e independência da Líbia" e "o seu apoio a um processo político liderado pela Líbia e facilitado pelas Nações Unidas, que conduza à realização de eleições".
Os três líderes concordaram em continuar a trabalhar para identificar ações concretas a empreender num prazo claramente definido, referiu o comunicado italiano.
O ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Hakan Fidan, e o chefe dos serviços secretos turcos, Ibrahim Kalin, estiveram presentes na reunião.
A estação de notícias turca NTV transmitiu imagens da receção e da reunião, afirmando que o encontro se centrou "no Mediterrâneo, na energia, no reforço da cooperação no setor petrolífero e na imigração irregular".
Meloni chegou a Istambul vinda de Tunes, onde se reuniu ontem com o Presidente tunisino, Kais Said, com o foco principal nas questões migratórias e "no compromisso partilhado de combater as redes criminosas de tráfico humano", segundo publicou no X.
Este ano, as partidas de migrantes da Tunísia para Itália caíram 60%, continuando o declínio iniciado com a assinatura do memorando de entendimento entre o país do Magrebe e a União Europeia (UE) em 2023, mas a Líbia continua a ser um importante ponto de partida para africanos que procuram chegar à Europa.
A Turquia mantém boas relações com o Governo de Unidade Nacional (GNU) de Abdelhamid Dbeiba e, em 2019, assinou com este um polémico acordo para partilhar zonas económicas exclusivas no Mediterrâneo Oriental, o que os outros países costeiros consideram contrário ao direito internacional.
Leia Também: Moçambique. Mais de 11 mil famílias refugiaram-se em Chiúre numa semana