Joyce Msuya, dirigente interina da agência da ONU para os Assuntos Humanitários (OCHA, na sigla em Inglês), disse perante o Conselho de Segurança: "Somos testemunhas de atos que recordam os crimes internacionais mais graves".
Na sua intervenção desenvolveu esta ideia: "Condenámos as mortes, as destruições e a desumanização dos civis de Gaza que foram expulsos dos seus locais, privados do seu sentimento de pertença e dignidade, forçados a ver os membros da sua família a serem mortos, queimados e enterrados vivos".
Depois de destacar a progressão da fome, disse: "As palavras 'criança ferida, não há familiares sobreviventes' foram escritas nos braços das crianças feridas. A maior parte de Gaza é agora um campo de ruínas".
Mais disse que "a última ofensiva de Israel que começou o mês passado no norte de Gaza representa uma versão intensificada, extrema e acelerada dos horrores do ano que acaba de passar", desde o início da ofensiva israelita subsequente ao ataque do Hamas, em 07 de outubro de 2023.
"A crueldade quotidiana que se vê em Gaza parece não ter limite" e as condições de vida no território palestiniano "não estão adaptadas à sobrevivência humana", insistiu.
Esta reunião do Conselho de Segurança foi mais especificamente consagrada ao alerta lançado, há dias, pelo quadro integrado da classificação de segurança alimentar (IPC), que alertou para "uma probabilidade iminente e substancial de fome".
Quantificou também que, "em outubro, a distribuição alimentar baixou em cerca de 25% em relação a setembro".
Outubro, adiantou, "foi o mês em que o volume de ajuda foi o mais fraco que entrou em Gaza este ano", adiantou o porta-voz do secretário-geral da ONU, Stéphane Dujarric, sublinhando que "o nível de vida humanitária que pode entrar em Gaza está bem distante do que seria necessário para ajudar os habitantes que dela precisam desesperadamente".
Leia Também: EUA registam melhoria da ajuda a Gaza e mantêm envio de armas para Israel