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Tribunal russo decreta detenção de jornalista da CNN por reportagem em Kursk

Um tribunal russo determinou hoje a detenção de um jornalista da estação norte-americana CNN, atualmente fora da Rússia, acusado de ter atravessado ilegalmente a fronteira da Ucrânia para realizar reportagens na região russa de Kursk, ocupada pelas forças ucranianas.

Tribunal russo decreta detenção de jornalista da CNN por reportagem em Kursk
Notícias ao Minuto

22:55 - 11/10/24 por Lusa

Mundo Ucrânia

Nas últimas semanas, a Rússia intensificou as investigações contra cerca de dez jornalistas estrangeiros acusados de terem entrado na Rússia durante o avanço do Exército ucraniano nesta região russa, em agosto.

 

Um tribunal desta região exigiu hoje a detenção, na sua ausência, do jornalista da CNN Nick Paton Walsh, cujo nome foi colocado na "lista de procurados", noticiou a agência France-Presse (AFP).

É acusado de ter "cruzado ilegalmente a fronteira" ao lado de soldados ucranianos para a pequena cidade de Sudja, ocupada pelas forças de Kiev na região russa de Kursk.

Na segunda-feira, a justiça russa já tinha determinado as mesmas medidas à revelia contra dois jornalistas italianos da rádio e televisão pública RAI, também acusados de terem entrado ilegalmente na Rússia nas mesmas circunstâncias.

De acordo com o código penal russo, esta acusação é punível com até cinco anos de prisão.

As forças ucranianas atacaram a região de Kursk em 06 de agosto, apreendendo, segundo Kiev, várias dezenas de localidades e quase mil quilómetros quadrados durante uma ofensiva que surpreendeu o Exército russo.

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após o desmoronamento da União Soviética - e que tem vindo a afastar-se da esfera de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.

A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.

Já no terceiro ano de guerra, as Forças Armadas ucranianas confrontaram-se com falta de soldados e de armamento e munições, apesar das reiteradas promessas de ajuda dos aliados ocidentais, que começaram entretanto a concretizar-se.

As negociações entre as duas partes estão completamente bloqueadas desde a primavera de 2022, com Moscovo a continuar a exigir que a Ucrânia aceite a anexação de uma parte do seu território.

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