Irão condena "crime de guerra" com "bombas norte-americanas" em Beirute

O Irão qualificou hoje como "crime de guerra", cometido com "bombas norte-americanas", o ataque aéreo israelita contra o movimento armado xiita Hezbollah em Beirute, que provocou pelo menos dois mortos.

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© IBRAHIM AMRO/AFP via Getty Images

Lusa
27/09/2024 20:55 ‧ 27/09/2024 por Lusa

Mundo

Tensão no Médio Oriente

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Naser Kanani, afirmou que o ataque de hoje é "um claro crime de guerra" levado a cabo com "bombas doadas pelo regime norte-americano ao regime sionista", segundo a agência estatal IRNA.

 

"O regime americano é, sem dúvida, cúmplice do regime sionista e deve ser responsabilizado", acusou o porta-voz iraniano.

Kanani considerou ainda que os contínuos ataques contra o povo da Palestina e do Líbano mostram que os apelos para um cessar-fogo por parte dos Estados Unidos e de alguns países ocidentais "são um claro engano, com o objetivo de ganhar tempo para a continuação dos crimes".

Anteriormente, a Embaixada do Irão no Líbano avisara que o forte ataque aéreo dirigido hoje por Israel nos arredores de Beirute constitui "uma escalada perigosa" e "muda as regras do jogo".

A representação diplomática iraniana disse ainda na rede X que os acontecimentos de hoje nos arredores da capital libanesa exigem "uma punição e disciplina adequadas para os seus perpetradores".

O Ministério da Saúde Pública libanês registou a morte de pelo menos duas pessoas e 76 feridos.

Segundo o porta-voz do Exército israelita, contra-almirante Daniel Hagari, as Forças Armadas "realizaram um ataque preciso ao quartel-general da organização terrorista Hezbollah", situado nos subúrbios sul na capital libanesa.

Vários órgãos israelitas noticiaram, usando informações sob anonimato de elementos das forças de segurança de Telavive, que os ataques tinham como objetivo Hassan Nasrallah, líder do grupo libanês.

Fonte do Hezbollah disse porém sob anonimato à agência France Presse que "Nasrallah está bem".

A imprensa israelita indicou igualmente que Nasrallah sobreviveu ao ataque, mas noticiou por outro lado que os serviços de informações de Telavive ainda aguardavam confirmação sobre a condição do seu principal alvo na estrutura armada libanesa.

Os ataques foram anunciados pouco depois do discurso do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, na Assembleia-Geral da ONU, em Nova Iorque, afirmando que as operações contra o movimento xiita apoiado pelo Irão iriam continuar.

Logo depois, o gabinete do líder israelita anunciou que Netanyahu iria encurtar a sua viagem aos Estados Unidos e regressar de imediato ao seu país.

Após os bombardeamentos em Beirute, o chefe das Forças Armadas israelitas, Herzi Halevi, elogiou "a elevada preparação" das suas unidades, tanto "no ataque como na defesa", enquanto o ministro da Defesa, Yoav Gallant, disse ter acompanhado "de perto" a operação a partir da sala de comando subterrânea da Força Aérea.

Relatos locais apontam para os ataques mais violentos nos subúrbios de Beirute desde a guerra de 2006 entre o Hezbollah e Israel.

No início do dia, ataques aéreos israelitas já tinham sido registados em vários pontos do Líbano, com o Ministério da Saúde libanês a contabilizar pelo menos 25 mortos, elevando o número no país esta semana para mais de 720 vítimas mortais.

Estas operações militares de Israel, intensificadas na ultima semana, seguem-se a quase um ano de guerra na Faixa de Gaza contra o grupo islamita palestiniano Hamas, aliado do Hezbollah.

As autoridades de Telavive argumentam que o grupo xiita ataca o seu país numa base diária a partir de posições do Líbano e as trocas de tiros já levaram à retirada de dezenas de milhares de pessoas da região da fronteira israelo-libanesa.

Esta semana, o comando das Forças Armadas israelitas indicou que está a preparar a possibilidade de uma invasão terrestre no Líbano, com vista a eliminar as capacidades ofensivas do Hezbollah e interromper o seu abastecimento de armas do Irão.

Também o movimento islamita palestiniano Hamas, aliado do Irão e do Hezbollah e em guerra contra Israel na Faixa de Gaza, condenou veementemente o ataque em Beirute.

"Condenamos veementemente a violenta e incessante agressão sionista e a escalada contra o irmão povo libanês através de ataques aéreos selvagens, o último dos quais um ataque sionista contra edifícios residenciais", afirmou o Hamas em comunicado de imprensa.

Leia Também: Netanyahu não viu nem solicitou encontro com Guterres durante ida à ONU

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