"As autoridades russas prenderam-nos e, em julgamentos-espetáculo, condenaram-nos a longas penas de prisão sem qualquer razão legítima", disse Biden, num discurso, referindo-se aos três cidadãos norte-americanos libertados na operação de troca de prisioneiros entre Moscovo e o Ocidente.
Uma operação de troca de prisioneiros entre a Rússia e vários países ocidentais permitiu a libertação de 26 pessoas, incluindo o jornalista norte-americano Evan Gershkovich, condenado em Moscovo, e o ex-fuzileiro dos EUA Paul Whelan.
Ao abrigo deste acordo, e segundo Washington, um total de 16 pessoas foram libertadas das cadeias russas.
A troca é já considerada como a maior entre Moscovo e capitais ocidentais na era pós-soviética.
Durante o discurso na Casa Branca o presidente dos EUA classificou a libertação como um "alívio incrível" para as famílias e um feito da diplomacia.
Biden disse que o trabalho para trazer para casa os detidos injustamente começou durante a sua transição para a presidência.
E disse que o seu governo trouxe para casa 70 norte-americanos, "muitos [detidos] antes de assumir o cargo" na Casa Branca.
Biden deu ainda crédito aos aliados dos EUA pela troca de prisioneiros, dizendo que é "um exemplo poderoso de porque é vital ter amigos neste mundo".
E também reconheceu que estas trocas de prisioneiros "acarretam decisões difíceis".
O chefe de Estado norte-americano disse ter um grande sentimento de gratidão para com o chanceler alemão, Olaf Scholz, explicando que o acordo exigiu "concessões sérias da Alemanha".
Biden e a vice-presidente norte-americana, Kamala Harris, vão juntar-se às famílias de Paul Whelan, Alsu Kurmasheva e Evan Gershkovich na Base Conjunta Andrews, nos arredores de Washington, para esta noite os receber de volta ao solo dos EUA, adiantou o conselheiro de segurança nacional, Jake Sullivan.
Vladimir Kara-Murza, que também foi libertado da Rússia na troca, regressará à Alemanha, mas disse hoje a Biden por telefone que espera visitar os EUA em breve.
Durante o seu discurso na Casa Branca, Biden reagiu às frequentes afirmações do ex-Presidente Donald Trump de que poderia fazer com que a Rússia libertasse os norte-americanos presos.
Quando questionado sobre a afirmação de Trump, Biden respondeu: "Porque é que ele não fez isso quando era Presidente?"
Mas a maioria dos ocidentais libertados foram detidos durante a presidência de Biden, embora o consultor de segurança empresarial Paul Whelan estivesse sob custódia desde 2018, quando Trump estava em funções.
Antes do acordo, Trump disse que Gershkovich, que foi detido em 2023 durante a presidência de Biden, "seria libertado quase imediatamente após as eleições".
Biden convidou familiares dos norte-americanos detidos para a Sala Oval na Casa Branca, quando os EUA receberam a notícia de que os prisioneiros tinham sido trocados na Turquia, contou ainda Jake Sullivan.
"[Biden] Deu diretamente a notícia de que a troca foi concluída", apontou.
Biden fez então duas chamadas, uma para os norte-americanos Gershkovich, Kurmasheva e Whelan e a outra para Kara-Murza, cidadão russo e britânico.
Cada um dos membros da família pôde conversar com os seus familiares, garantiu Sullivan.
[Notícia atualizada às 20h21]
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