Moscovo acusa Kyiv de querer abrir Mar Negro à NATO

A Rússia acusou hoje a Ucrânia de querer abrir o Mar Negro à NATO com a nova estratégia de segurança marítima e advertiu que tomará medidas para garantir a segurança da Federação Russa.

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© Getty Images/STRINGER/AFP

Lusa
18/07/2024 16:50 ‧ 18/07/2024 por Lusa

Mundo

Guerra na Ucrânia

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, assinou na quarta-feira um decreto sobre a nova Estratégia de Segurança Marítima, que prevê "mudanças e inovações", especialmente no Mar Negro, e que é acompanhada por uma estratégia com parceiros internacionais.

 

O porta-voz do Kremlin (presidência russa), Dmitri Peskov, ao comentar a iniciativa ucraniana, avisou que Moscovo tomará medidas para garantir a segurança do país devido às "ameaças adicionais" colocadas pela presença de navios da NATO na zona.

"A presença concentrada de navios da NATO - e temos em conta a Bulgária e a Roménia, que são Estados litorais da NATO - representa ameaças adicionais para a Rússia, especialmente na situação atual", afirmou.

Peskov referiu, em particular, o "envolvimento direto dos países da NATO no conflito em torno da Ucrânia", segundo a agência espanhola EFE.

"É claro que a Rússia vai tomar todas as medidas necessárias para garantir a sua própria segurança", afirmou.

Peskov lembrou ainda que "a presença de Estados não pertencentes ao Mar Negro" naquelas águas "é regulada de forma muito rigorosa pela Convenção de Montreux".

"A Turquia é, neste caso, o administrador e desempenha as suas funções de forma muito clara", acrescentou, citado pela agência espanhola Europa Press.

Datada de 1936, a Convenção de Montreux atribui à Turquia o controlo dos estreitos do Bósforo e do Dardanelos que ligam os mares Negro e Mediterrâneo.

Os navios mercantes gozam de liberdade de passagem, mas os de guerra estão sujeitos a restrições "que variam consoante esses navios pertençam ou não aos Estados ribeirinhos do Mar Negro", segundo o Governo turco.

O representante da Crimeia no parlamento russo, Mikhail Sheremet, também acusou hoje Zelensky de querer prolongar o conflito com a Rússia, segundo a agência russa TASS.

Sheremet considerou que a nova estratégia de segurança marítima de Kiev visa a construção de forças navais ucranianas e garantir a presença das forças da Organização do Tratado do Atlântico Norte no Mar Negro.

Segundo o deputado da Crimeia, se a pressão militar da Ucrânia enfraquecer, Zelensky deixará de ser necessário para o Ocidente e os países da NATO deixarão de o apoiar como líder ucraniano.

A Rússia anexou a península ucraniana da Crimeia em 2014 e, desde a invasão de fevereiro de 2022, acrescentou à lista as regiões ucranianas de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia.

Leia Também: Ministros do G7 defendem sistema de comércio com liberdade de navegação

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