"Quase todos os desalojados internos estão a ser albergados por comunidades que já de si estão assoberbadas com serviços sociais esmagados, com menos funcionários que o necessário e com más infraestruturas, aumentando ainda mais as preocupações sobre tensões com o potencial de desencadear mais violência", escreve a Organização Internacional para as Migrações.
Num relatório citado pela AP, a OIM diz que há 580 mil refugiados dentro do país e que mais de 2.500 pessoas foram mortas ou ferida nos primeiros três meses do ano, período em que a polícia, com poucos membros e impotente perante os gangs mais poderosos, tem sido incapaz de controlar a situação
A maioria das pessoas que foi obrigada a fugir das suas casas vivia na capital, Port-au-Prince, e fugiu para outras províncias que também não têm grandes condições para as albergar, escreve ainda a AP.
Os gangues organizados invadiram o aeroporto, que esteve fechado durante três meses, atacaram esquadras de polícia e controlam 80% da capital e das principais estradas que ligam a cidade ao resto do país, com mais de 60 mil pessoas a viverem em abrigos improvisados em escolas e instituições de ensino.
O novo primeiro-ministro, nomeado no mês passado, disse numa cerimónia de formatura de 400 polícias, esta semana, que esperava que ajudassem a melhorar a situação.
"Vocês precisam de saber que não estão sozinhos, vocês são a esperança da população neste momento crucial da nossa história", afirmou Garry Conille.
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