Sondagem nota número elevado de eleitores céticos em principais partidos

Um número elevado de eleitores não se sente representado pelos principais partidos políticos, de acordo com dados de uma sondagem realizada em seis países europeus e nos Estados Unidos. 

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Lusa
10/04/2024 20:06 ‧ 10/04/2024 por Lusa

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O estudo da empresa Ipsos para o centro de estudos UK in a Changing Europe foi realizado a partir de uma sondagem a 12.500 pessoas no Reino Unido, França, Itália, Suécia, Polónia, Croácia e EUA, sete dos 81 países onde estão previstas ou já se realizaram eleições este ano, incluindo aquelas para o Parlamento Europeu. 

Segundo o estudo, entre 31% e 57% não se reconhecem em qualquer partido com grande representação parlamentar ou que esteve no poder nos últimos 15 anos, com exceção da Suécia, onde 85% consideram que as opiniões e prioridades são representadas por pelo menos um dos grandes partidos nacionais. 

O número de descrentes nos principais partidos é particularmente de elevado na Croácia (57%).

Estas pessoas tendem a ser mais jovens e a ter níveis de educação mais baixos, mas não há uma divisão clara por género ou em termos de orientação política, segundo o diretor de estudos políticos da Ipsos no Reino Unido, Gideon Skinner.

A sondagem descobriu que em todos os sete países, mais de metade dos inquiridos considera que o respetivo governo nacional não está a fazer um bom trabalho e cerca de 50% estão descontentes com a democracia, com exceção da Suécia (20%). 

"O nível de satisfação é particularmente baixo entre as pessoas que não se sentem representadas por um dos principais partidos", adiantou Skinner, durante um seminário intitulado "Os políticos e o povo: Democracia e representação em ano de eleições".

Como pontos positivos, destacou que, apesar de apenas 37% em média estarem satisfeitos com a democracia a nível local, o valor é mais elevado do que a percentagem de pessoas insatisfeitas.

Dos inquiridos, acrescentou, 55% continuam a preferir um líder político que esteja preparado para chegar a compromissos para construir consensos e 51% consideram arriscado dar mais poder ao líder do país.

Mas Skinner considera preocupante que a maioria dos inquiridos nos sete países pensa que é necessária uma mudança radical nos sistemas políticos, incluindo na Suécia.

As pessoas que não se sentem representadas por partidos políticos e que, por isso, têm menos a perder, são mais favoráveis a uma mudança radical porque estão menos preocupadas com os riscos.

"Neste grande ano de eleições, há grandes questões que se colocam à democracia em termos de opinião pública", vincou o analista, que apontou para os níveis generalizados de falta de confiança nos políticos. 

Skinner referiu que, "mesmo que muitos dos princípios continuem a ser apoiados, existem muitas críticas sobre a forma como a democracia se concretiza na prática, particularmente entre os grupos não representados". 

"Esta minoria substancial está cada vez mais desinteressada e mais aberta a mudanças radicais", avisou.

Leia Também: Trump é "principal ameaça a liberdade e democracia" nos EUA

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