Meteorologia

  • 09 MAIO 2024
Tempo
25º
MIN 16º MÁX 26º

Liberdade académica está em declínio em todo o mundo, dizem especialistas

Apenas uma em cada três pessoas vive num país que garante a independência da investigação e das universidades, indica um índice anual, que alerta para o declínio da liberdade académica no mundo, sobretudo na Rússia, China e Índia.

Liberdade académica está em declínio em todo o mundo, dizem especialistas
Notícias ao Minuto

13:13 - 04/04/24 por Lusa

Mundo Estudo

A lista com dados de 179 países, elaborada por mais de 2.300 especialistas, mostra que a liberdade académica está "globalmente ameaçada", assinalando ataques à liberdade de expressão, repressão e interferência nas universidades, restrições ao intercâmbio entre investigadores e até a prisão, informou hoje a agência France-Presse.

Divulgado em março como parte do relatório sobre democracia do Instituto V-Dem, da Universidade de Gotemburgo (Suécia), o trabalho analisa a evolução do ensino superior e da investigação, com base nos critérios: liberdade de ensino e de investigação, intercâmbios universitários e expressão académica, autonomia das universidades e integridade dos 'campus'.

"O Pacto Internacional sobre os Direitos Económicos, Sociais e Culturais (em vigor desde 1976) foi assinado por 171 países, que prometeram respeitar a liberdade indispensável à investigação científica. É importante saber se respeitam os seus compromissos", disse, citada pela AFP, Katrin Kinzelbach, professora de Ciências Políticas na Universidade Friedrich-Alexander (Alemanha) e criadora do índice.

A investigadora começou a interessar-se pelo tema em 2017, quando o governo húngaro de Viktor Órban forçou a Universidade Centro-europeia de Budapeste, criada pelo investidor George Soros, a mudar-se para Viena.

De acordo com o índice, em 2023, apenas uma pessoa em três vivia numa zona de liberdade académica e só 25 países tinham uma pontuação elevada em termos de liberdade, contra 46 em 2006.

"Atualmente, 3,6 mil milhões de pessoas, 45,5% da população mundial, vivem em 27 países onde a liberdade académica é fortemente restringida", indicaram os autores do relatório, referindo uma grave deterioração em países com uma população elevada, incluindo a China, a Rússia e a Índia.

Mais surpreendente foi a revelada queda desde 2019 da pontuação dos Estados Unidos, "há muito uma potência universitária, ainda que existam disparidades significativas entre os estados", referiu Kinzelbach.

Segundo a investigadora, a situação poderá dever-se à "polarização do sistema político norte-americano, mas também da sociedade", que se reflete nos 'campus' universitários.

A propósito, salientou a necessidade "de ensinar e praticar debates calmos e baseados em evidências, inclusive sobre questões controversas".

A maioria dos países europeus regista pontuações elevadas, com exceção da Hungria e da Polónia.

Leia Também: Maioria de sobreviventes de AVC agudo sem acesso a reabilitação intensiva

Recomendados para si

;
Campo obrigatório