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"Se conseguissem resolver morte de Kennedy". Zakharova ridiculariza EUA

Na ótica da porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, "as elites políticas dos EUA tornaram-se hábeis ao longo das décadas em desviar a atenção de crimes de grande repercussão e de todo o tipo de encenação".

"Se conseguissem resolver morte de Kennedy". Zakharova ridiculariza EUA
Notícias ao Minuto

15:55 - 24/03/24 por Notícias ao Minuto com Lusa

Mundo Moscovo

A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Maria Zakharova, ridicularizou a explicação dada pelos Estados Unidos para o ataque terrorista levado a cabo na sexta-feira na sala de espetáculos Crocus City Hall, em Krasnogorsk, nos subúrbios de Moscovo, tendo insinuado que o país foi demasiado rápido a concluir que a Ucrânia não está envolvida no ataque reivindicado pelo Estado Islâmico (EI).

Citando a representante do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Adrienne Watson, que proferiu que “a Ucrânia não está envolvida no ataque terrorista em Krasnogorsk” e que “a culpa é do EI”, a chefe da diplomacia russa ‘brincou’ não só com a investigação do assassinato do presidente John F. Kennedy, como com a sabotagem do gasoduto Nord Stream, tendo equacionado que, talvez, os culpados também tenham sido membros do grupo terrorista.

“Se ao menos conseguissem resolver o assassinato do seu próprio presidente Kennedy tão rapidamente. Mas não, há mais de 60 anos que não conseguem descobrir quem o matou. Ou talvez tenha sido o Estado Islâmico também? Ou atrasarão mais 60 anos com detalhes específicos, brincando com qualquer ‘incerteza construtiva’?”, escreveu, este domingo, na plataforma Telegram.

E continuou: “Ou vamos considerar o ataque terrorista ao Nord Stream? Lá, de acordo com os Estados Unidos (e o The New York Times citou comentários das autoridades), ucranianos estavam envolvidos. É verdade que as autoridades norte-americanas foram lá ao fundo; ainda estão a procurar mergulhadores de Kyiv ou do Estado Islâmico. Nem uma única palavra foi proferida por Washington, apelando à Dinamarca e à Suécia para que não parassem de procurar os responsáveis, e a proposta da Rússia para uma investigação sob os auspícios da Organização das Nações Unidas foi bloqueada pelos anglo-saxões no Conselho de Segurança.”

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A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Maria Zakharova, destacou a necessidade de uma investigação transparente sobre o ato de sabotagem.

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Na ótica de Zakharova, estas questões sugerem que “as elites políticas dos EUA tornaram-se hábeis ao longo das décadas em desviar a atenção de crimes de grande repercussão e de todo o tipo de encenação”, pelo que, “até que a investigação do ataque terrorista no Crocus City Hall esteja concluída, qualquer frase de Washington que justifique Kyiv deverá ser considerada como prova”.

“Afinal, o financiamento das atividades terroristas do grupo criminoso organizado de Kyiv pelos democratas liberais norte-americanos e a participação nos esquemas de corrupção da família Biden já se arrastam há muitos anos”, atirou.

O atentado, que provocou 137 mortos e mais de 150 feridos, levou o presidente russo, Vladimir Putin, a decretar um dia de luto nacional no país, que se assinala este domingo.

Além das homenagens, os serviços de emergência continuam no local, não só para remover escombros, como também para procurar eventuais sobreviventes ou mortos.

Saliente-se que o Serviço Federal de Segurança (FSB) russo avançou, no sábado, ter detido 11 indivíduos alegadamente ligados ao atentado, entre os quais os quatro terroristas que terão perpetuado diretamente o ataque.

O presidente russo condenou ontem o que denominou de ato terrorista "bárbaro e sangrento", e apelou à vingança. Embora não tenha especulado sobre os autores intelectuais do ataque, sugeriu que os quatro detidos tentavam cruzar a fronteira para a Ucrânia, que, segundo o líder russo, tentou criar uma "janela" para ajudá-los a escapar.

As autoridades ucranianas negaram, desde a primeira hora, qualquer envolvimento no ataque e uma fonte da inteligência dos EUA disse à Associated Press que as agências norte-americanas confirmaram que o grupo era responsável pelo ataque.

Um dos detidos supostamente envolvido no ataque confessou que lhes prometeram 500 mil rublos (cerca de 5.000 euros) para participar no atentado.

Numa gravação do interrogatório publicada pelo Canal Um da televisão russa, o detido afirma ter recebido metade da soma, através de uma transferência para um cartão bancário.

As detenções foram resultado de uma operação conjunta entre o FSB e combatentes do regimento checheno Akhmat, segundo anunciou pouco depois o líder da Chechénia, Ramzan Kadirov.

O veículo que os autores do atentado conduziam era um Renault Logan de cor branca, presumivelmente o mesmo no qual chegaram ao Crocus City Hall na noite de sexta-feira.

Segundo as autoridades russas, conseguiram escapar do local e seguir pela autoestrada até cerca de 100 quilómetros da fronteira com a Ucrânia.

As autoridades continuam a investigar, mas no interrogatório foi apurado que toda a operação começou há apenas um mês com a oferta monetária.

Leia Também: Putin presta homenagem a vítimas do atentado terrorista em Moscovo

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