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Presidente do Peru nomeia representante na OEA como novo 1.º-ministro
A Presidente do Peru Dina Boluarte nomeou hoje como novo primeiro-ministro o até agora representante permanente na Organização dos Estados Americanos (OEA), Gustavo Adrianzén, que foi ministro da Justiça no Governo de Ollanta Humala.
© Congress of Republic of Peru / Handout/Anadolu Agency via Getty Images
Mundo Peru
Adrianzén, advogado de profissão, substitui Alberto Otárola, que renunciou ao cargo na terça-feira por suspeita de tráfico de influências, na sequência da divulgação de gravações áudio na imprensa.
Nas gravações, que foram transmitidas no fim de semana no programa Panorama da Panamericana Television, Otarola fala carinhosamente com uma mulher de 25 anos, Yazire Pinedo, que este ano ganhou dois contratos no valor total de cerca de 13 mil euros para fazer trabalho de arquivo e administrativo para o Governo.
O novo chefe de Governo exerceu o cargo de ministro da Justiça entre abril e outubro de 2015, cargo em que substituiu Fredy Otárola, irmão do atual primeiro-ministro.
Como ministro, defendeu a posição do Peru perante o Tribunal Interamericano de Direitos Humanos (IDH), devido às possíveis execuções extrajudiciais durante a operação Chavín de Huántar em 1997, com a qual as Forças Armadas conseguiram a libertação de quase uma centena de pessoas sequestradas por do Movimento Revolucionário Tupac Amaru (MRTA) na residência do embaixador japonês em Lima.
Em 21 de dezembro, o IDH acusou de desacato o Estado peruano, pela libertação do ex-presidente Alberto Fujimori (1990-2000), de 85 anos, que estava a cumprir uma pena de 25 anos relacionada com o assassínio de 25 peruanos por esquadrões da morte na década de 1990.
Em resposta, o executivo garantiu que "não houve desacato" no indulto, porque as sentenças contra o ex-presidente pelos massacres de Barrios Altos e La Cantuta foram executadas na altura.
A defesa desta posição tem sido um dos eixos fundamentais do Governo Boluarte e que o novo primeiro-ministro deverá continuar.
Em 10 de novembro de 2022, Adrianzén participou numa audiência perante a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) para dar seguimento às recomendações emitidas pela organização após os protestos que abalaram o país entre dezembro de 2022 e março de 2023.
Nessa ocasião, uma das vítimas queixou-se a Adrianzén pela sua declaração e este gritou-lhe "são eles os violentos, são eles que causaram as mortes" nos protestos, frase que posteriormente foi amplamente criticada.
Leia Também: Primeiro-ministro do Peru sai após suspeita de tráfico de influências
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