Segundo a acusação, que solicita pena de prisão suspensa acompanhada por multa, as mentiras de Kurz ocorreram "por razões políticas" e para evitar artigos negativos na imprensa.
Em julgamento desde outubro, o arguido, de 37 anos, não prestou declarações à comunicação social antes de entrar na sala do tribunal.
Ao longo das audiências, o antigo chanceler da Áustria, que chegou a ser classificado como um prodígio político, afirmou a sua inocência, culpando procuradores e adversários pelos seus reveses jurídicos.
"Eles queriam-me destruir", garantiu o austríaco, que aos 31 anos de idade, em 2017, se tornou no líder eleito mais jovem do mundo, antes de se retirar no outono de 2021.
O agora consultor privado enfrenta a acusação de ter mentido numa comissão parlamentar, o que é punível com três anos de prisão, naquele que é o primeiro julgamento de um chanceler na Áustria em mais de 30 anos.
O antigo governante recusa ter enganado "conscientemente" os deputados quando foi questionado em 2020 sobre o seu papel na nomeação de um amigo próximo, Thomas Schmid, como responsável de uma importante empresa pública.
"Fui informado, mas não fui eu quem decidiu", argumentou, enquanto a acusação, pelo contrário, o descreveu como controlador de tudo, baseando-se em numerosas mensagens de texto examinadas.
As testemunhas convocadas -- cerca de dez no total, incluindo ex-ministros -- defenderam, na sua maioria, a versão do antigo chanceler, com exceção, do próprio Thomas Schmid.
O agora ex-amigo colabora com a justiça e evocou "um sistema Kurz".
Para desacreditar Schmid, Sebastian Kurz chamou dois empresários russos e o último dia do julgamento começou com um desses depoimentos, por vídeo desde a embaixada austríaca em Moscovo.
"Um ato final grotesco", segundo o diário Der Standard, depois de o primeiro russo ter declarado que o advogado do arguido o tinha ajudado a redigir o depoimento que fez em tribunal.
Leia Também: Áustria suspende financiamento para agência que ajuda palestinianos