Opositores criticam UE por ainda haver oligarcas russos livres de sanções
Opositores ao regime russo, incluindo um antigo ministro, criticaram hoje a União Europeia (UE) por alegadamente conhecer a totalidade do círculo mais próximo de Vladimir Putin, mas permitir que ainda haja oligarcas isentos de sanções.
© Getty Images
Mundo Rússia
"Há uma ferida no meu coração que ainda está a sangrar", começou por dizer Volkov Leonid, perante o Comité de Negócios Estrangeiros do Parlamento Europeu (PE), em Bruxelas, aludindo à morte de Alexei Navalny, principal opositor interno ao Kremlin.
A morte de Alexei Navalny foi anunciada há praticamente uma semana pelas autoridades penitenciárias russas, que ainda não responderem a um apelo da comunidade internacional para que haja uma autópsia independente para determinar as causas da morte.
Volkov Leonid, do Partido do Progresso, uma força política que se opõe ao regime russo, disse aos eurodeputados deste comité que ainda não foi possível "encontrar uma nova estratégia" para fazer frente ao Kremlin agora que o principal opositor russo morreu.
"Não vão devolver-nos o Alexei, mas, pelo menos, vamos fazer jus ao seu legado", acrescentou.
Mas Volkov Leonid criticou a UE pelo que considerou ser a inércia dos 27 em 'secar' o círculo mais próximo do Presidente russo, Vladimir Putin.
Recordando que já em 2021, Alexei Navalny tinha apresentado a totalidade dos principais oligarcas que asseguram a perpetuação de Putin no poder, Volkov Leonid disse "passaram dois anos" desde o início da invasão russa da Ucrânia e "a Comissão Europeia não fez nada".
"Os amigos mais próximos de Putin não estão todos sancionados, não têm os seus bens todos congelados", criticou.
Já Evgenia Kara-Murza, mulher de Vladimir Kara-Murza, opositor político russo que está detido desde abril de 2022, insistiu que a UE tem de fazer mais e mostrar que está realmente do lado dos cidadãos russos, que "só querem um país democrático, livre".
A ativista russa reconheceu que os 27 Estados-membros conseguiram aprovar vários pacotes de sanções desde o início da invasão em larga escala, mas pediu mais aos legisladores europeus, para estagnar, tanto quanto possível, as ambições de Vladimir Putin e dos oligarcas que o sustentam.
O antigo ministro adjunto da Energia Vladimir Milov (2002) disse que enquanto os líderes europeus estão preocupados em manter algum tipo de diálogo com Vladimir Putin, o Presidente russo responde com total impunidade: "Ele está a dizer-vos: 'e«Eu posso fazer isto [matar Alexei Navalny], eu posso cometer homicídios, eu posso fazer o que quiser".
O opositor russo Alexei Navalny, um dos principais opositores de Vladimir Putin, morreu a 16 de fevereiro, aos 47 anos, numa prisão do Ártico, onde cumpria uma pena de 19 anos.
Os serviços penitenciários da Rússia indicaram que Navalny se sentiu mal depois de uma caminhada e perdeu a consciência.
Destacados dirigentes ocidentais, a família e apoiantes do opositor responsabilizam o presidente russo, Vladimir Putin, pela sua morte.
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