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Desertor russo morto com 5 tiros em Espanha, onde passava "despercebido"

Maxim Kuzminov, de 28 anos, foi encontrado morto com cinco tiros na cidade de Villajoyosa, em Alicante. Em agosto do ano passado foi notícia por ter desertado para a Ucrânia, levando consigo um helicóptero do exército russo.

Desertor russo morto com 5 tiros em Espanha, onde passava "despercebido"

Maxim Kuzminov, o piloto russo de 28 anos que desertou para se entregar ao Exército ucraniano com o helicóptero que pilotava e foi encontrado morto em Espanha, vivia em Villajoyosa, na província de Alicante, mas passava quase despercebido, segundo revela o jornal espanhol El Mundo.

A publicação indica que o russo foi baleado cinco vezes, no passado dia 13 de fevereiro, numa garagem da urbanização La Cala de la Vila, uma zona residencial onde vivem cerca de oito mil pessoas, a maioria das quais estrangeiros. 

Localizada a cerca de 13 quilómetros de Benidorm, um dos pontos turísticos mais conhecidos de Espanha e onde reside uma grande população imigrante, Villajoyosa era, segundo o El Mundo, o local perfeito para Kuzminov "passar despercebido rodeado de cidadãos russos e ucranianos"

Os vizinhos acreditam que o piloto russo estava na região há apenas alguns dias, uma vez que ninguém o conhecia: nem a associação de moradores, nem a Igreja Ortodoxa de Villajoyosa, nem os responsáveis por um supermercado de produtos orientais, nem os europeus de Leste que gerem um restaurante na cidade. 

Junto ao corpo, foi encontrada documentação falsa com as impressões digitais de Kuzminov, que lhe atribuíam nacionalidade ucraniana e 33 anos de idade.

A informação ainda não foi oficialmente confirmada pelo Ministério do Interior espanhol, mas o diretor do serviço de inteligência externa da Rússia, Sergei Naryshkin, já afirmou que a vítima era um "traidor criminoso", que se tinha tornado um "cadáver moral" após ter desertado.

Uma investigação preliminar à morte aponta para crime organizado. Foram disparados cinco tiros e os autores dos disparos fugiram no carro da própria vítima, que foi depois abandonado numa cidade vizinha e queimado antes de ser encontrado horas mais tarde pelas autoridades. 

Maxim Kuzminov foi notícia em agosto do ano passado, após ter sido noticiado que desertou para a Ucrânia com ajuda dos serviços secretos de Kyiv, levando o seu helicóptero MI-8 para o país. 

O general Kyrylo Budanov, chefe dos serviços secretos da Ucrânia, confirmou que a operação decorreu sem a restante tripulação estar a par. "Conseguimos criar condições para que toda a sua família saísse [da Rússia] sem ser detetada e, eventualmente, criar as condições para que ele pudesse assumir o controlo deste avião com uma tripulação que não sabia o que estava a acontecer", contou.

Segundo o chefe dos serviços secretos, mais "duas pessoas" estavam com o piloto, sendo "uma tripulação completa de três pessoas no total". "Quando se aperceberam do local onde tinham aterrado, tentaram fugir. Infelizmente, foram eliminados. Preferíamos [apanhá-los] vivos, mas as coisas são como são", acrescentou.

Posteriormente, foi noticiado que Kuzminov iria receber uma recompensa de 500 mil dólares (cerca de 18,48 milhões de hryvnias ucranianas). A medida insere-se numa lei aprovada pelo parlamento ucraniano em abril de 2022, que oferece até um milhão de dólares aos militares russos que consigam transferir equipamento para a Ucrânia.

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