A comissão eleitoral alegou que milhares de assinaturas necessárias para o registo da candidatura eram inválidas.
O candidato da Iniciativa Cívica às eleições presidenciais russas, previstas para março, questionou as regras de validação da CEC das assinaturas obtidas pelos pré-candidatos - que devem recolher, cada um, entre 100.000 e 300.000 assinaturas, consoante o caso.
Nadezhdin indicou que tenciona intentar uma terceira ação judicial contra a recusa de registo da sua candidatura, segundo a agência noticiosa russa TASS.
Na semana passada, a CEC recusou o registo da sua candidatura, apontando uma elevada percentagem de assinaturas inválidas ou falsificadas. A comissão acusou Nadezhdin de utilizar identidades de cidadãos falecidos para fazer parte dos seus alegados apoiantes, acusações que o ex-deputado negou.
De acordo com as conclusões da comissão, mais de 9.000 assinaturas não são válidas, embora a legislação estipule que a proporção de assinaturas rejeitadas não pode exceder 5% do número total de assinaturas apresentadas.
No total, foram apresentadas cerca de 105.000 assinaturas.
Nadezhdin, 60 anos, natural da ex-república soviética do Uzbequistão, formado em Matemática e Física, e antigo membro do parlamento (Duma) entre 1999 e 2003, opõe-se à atual intervenção militar da Rússia contra a Ucrânia.
As eleições presidenciais na Rússia realizam-se de 15 a 17 de março.
Atualmente são quatro as candidaturas registadas na CEC.
A par do atual Presidente russo, Vladimir Putin, que se candidata como independente, são candidatos Leonid Slutski, pelo Partido Liberal Democrata da Rússia (LDPR); Nikolai Jaritonov, pelo Partido Comunista da Rússia (KPRF), e Vladislav Davankov, pelo Novo Povo.
Putin está no poder desde 2000 e pretende garantir um quinto mandato presidencial, depois de também ter ocupado o cargo de primeiro-ministro entre 2008 e 2012.
Segundo as sondagens locais, Putin deverá vencer as eleições presidenciais de março com mais votos face a 2018, quando garantiu cerca de 76% dos sufrágios.
Está previsto que a campanha eleitoral arranque no próximo dia 17 de fevereiro e se prolongue até às 00h00 de 15 de março.
A oposição russa, cujo líder Alexei Navalny cumpre 30 anos de prisão num estabelecimento penitenciário no Ártico, acusa o Kremlin (Presidência) de preparar uma fraude eleitoral através do voto eletrónico, ao qual vão ter acesso um terço dos eleitores recenseados durante os três dias da votação.
Leia Também: Opositor russo Boris Nadezhdin apresentou candidatura contra Putin