Rússia. Boris Nadezhdin contesta rejeição de candidatura presidencial

O ex-deputado russo Boris Nadezhdin, crítico do Kremlin e da invasão da Ucrânia, interpôs hoje dois processos no Supremo Tribunal contra a Comissão Eleitoral Central (CEC), que rejeitou a sua candidatura às presidenciais de março.

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© Artem Priakhin/SOPA Images/LightRocket via Getty Images

Lusa
12/02/2024 12:57 ‧ 12/02/2024 por Lusa

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A comissão eleitoral alegou que milhares de assinaturas necessárias para o registo da candidatura eram inválidas.

O candidato da Iniciativa Cívica às eleições presidenciais russas, previstas para março, questionou as regras de validação da CEC das assinaturas obtidas pelos pré-candidatos - que devem recolher, cada um, entre 100.000 e 300.000 assinaturas, consoante o caso.

Nadezhdin indicou que tenciona intentar uma terceira ação judicial contra a recusa de registo da sua candidatura, segundo a agência noticiosa russa TASS.

Na semana passada, a CEC recusou o registo da sua candidatura, apontando uma elevada percentagem de assinaturas inválidas ou falsificadas. A comissão acusou Nadezhdin de utilizar identidades de cidadãos falecidos para fazer parte dos seus alegados apoiantes, acusações que o ex-deputado negou.

De acordo com as conclusões da comissão, mais de 9.000 assinaturas não são válidas, embora a legislação estipule que a proporção de assinaturas rejeitadas não pode exceder 5% do número total de assinaturas apresentadas.

No total, foram apresentadas cerca de 105.000 assinaturas.

Nadezhdin, 60 anos, natural da ex-república soviética do Uzbequistão, formado em Matemática e Física, e antigo membro do parlamento (Duma) entre 1999 e 2003, opõe-se à atual intervenção militar da Rússia contra a Ucrânia.

As eleições presidenciais na Rússia realizam-se de 15 a 17 de março.

Atualmente são quatro as candidaturas registadas na CEC.

A par do atual Presidente russo, Vladimir Putin, que se candidata como independente, são candidatos Leonid Slutski, pelo Partido Liberal Democrata da Rússia (LDPR); Nikolai Jaritonov, pelo Partido Comunista da Rússia (KPRF), e Vladislav Davankov, pelo Novo Povo.

Putin está no poder desde 2000 e pretende garantir um quinto mandato presidencial, depois de também ter ocupado o cargo de primeiro-ministro entre 2008 e 2012.

Segundo as sondagens locais, Putin deverá vencer as eleições presidenciais de março com mais votos face a 2018, quando garantiu cerca de 76% dos sufrágios.

Está previsto que a campanha eleitoral arranque no próximo dia 17 de fevereiro e se prolongue até às 00h00 de 15 de março.

A oposição russa, cujo líder Alexei Navalny cumpre 30 anos de prisão num estabelecimento penitenciário no Ártico, acusa o Kremlin (Presidência) de preparar uma fraude eleitoral através do voto eletrónico, ao qual vão ter acesso um terço dos eleitores recenseados durante os três dias da votação.

Leia Também: Opositor russo Boris Nadezhdin apresentou candidatura contra Putin

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