O cardeal Gérald Cyprien Lacroix vai afastar-se do cargo de arcebispo do Quebec depois de ter sido acusado de agressão sexual numa ação coletiva, na quinta-feira.
De acordo com um comunicado da arquidiocese, citado pela agência France-Presse (AFP), Lacroix nega "categoricamente" as alegações que foram conhecidas contra si, considerando-as "infundadas".
Segundo a mesma nota, o afastamento vai durar o tempo necessário até que a situação seja esclarecida, e o próprio deverá deixar uma mensagem sobre a situação nos próximos dias.
O nome deste responsável da Igreja Católica estava entre os 15 que foram adicionados a uma lista de alegados autores do crime. As ações denunciadas dizem respeito a toques indevidos, alegadamente, cometidos entre 1987 e 1988, segundo um advogado das vítimas.
A ação coletiva, iniciada em 2022, reúne agora os depoimentos de 147 pessoas que afirmam ter sido "agredidas sexualmente por mais de uma centena de padres ou funcionários da diocese, alguns dos quais atingiram diversas vítimas ou fizeram parte do alto escalão clero do Quebec", de acordo com um comunicado de imprensa dos advogados.
As alegações contra Lacroix, de 66 anos, dão conta de que este terá cometido os crimes em 1987 e 1988 e envolvem uma mulher que na altura teria 17 anos.
Apresentada em agosto de 2022, esta ação coletiva ganhou destaque quando foi tornada pública porque visava principalmente o cardeal Marc Ouellet, também acusado de agressão sexual.
Este cardeal, que sempre negou estas acusações, que disse serem difamatórias, renunciou ao seu cargo eclesiástico em janeiro de 2023, por limite de idade.
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