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Guatemala. Cerimónia de posse de Arévalo atrasada pelo parlamento

A cerimónia de posse do Presidente eleito da Guatemala, Bernardo Arévalo, marcada para hoje, após meses de incerteza, está atrasada devido a debates em curso no parlamento, controlado pela nova oposição.

Guatemala. Cerimónia de posse de Arévalo atrasada pelo parlamento
Notícias ao Minuto

23:40 - 14/01/24 por Lusa

Mundo Guatemala

A tomada de posse de Bernardo Arévalo, eleito em agosto com o compromisso de combater a corrupção endémica no país - classificado em 150.º lugar entre 180 países pela Transparência Internacional -, deveria ter começado às 15h00 locais (21h00 de Lisboa), mas estão a decorrer no hemiciclo debates sobre se os deputados do partido com o qual o novo Presidente venceu as eleições devem ser inscritos como independentes.

"O que estão a fazer (a oposição) é atrasar a instalação do parlamento da 10.ª legislatura, porque não querem dar o poder ao Presidente Arévalo", acusou o deputado José Ines Castillo, do partido Unidade Nacional de Esperança (UNE), da antiga primeira-dama Sandra Torres, derrotada por Arévalo de León nas eleições de 2023.

O Presidente eleito garantiu já que será hoje empossado como chefe de Estado do país centro-americano, substituindo Alejandro Giammattei, como determina a lei, apesar das manobras para impedir a sua posse.

A mensagem de Bernardo Arévalo de León surgiu depois de uma manhã agitada e cheia de acontecimentos no Congresso da Guatemala, onde os deputados cessantes ainda não deram posse à nova legislatura.

A incerteza tomou conta da situação no parlamento, enquanto centenas de apoiantes de Arévalo furaram o cordão policial e se concentraram em torno do edifício do Congresso para protestar contra estas manobras dilatórias.

Confrontos, insultos, deputados trancados em salas e caos geral descrevem o que está a acontecer no Congresso da Guatemala, noticiou a agência de notícias espanhola EFE.

Os deputados da nova legislatura deveriam eleger o novo presidente do Congresso ao meio-dia local (18h00 de Lisboa), mas até às 15h00 locais (21h00 de Lisboa), o Congresso cessante ainda não tinha certificado os 160 novos membros do parlamento.

Esta situação levantou receios de um possível "golpe de Estado", como o próprio Presidente eleito tem vindo a denunciar, acusando a Procuradora-Geral da Guatemala, Consuelo Porras, e "outros atores corruptos" de obstruírem a sua tomada de posse.

O Ministério Público e a Procuradora-Geral, incluída numa lista de figuras "corruptas" do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, conseguiram a suspensão provisória do partido do Presidente eleito por alegadas irregularidades no seu processo de criação, em 2017.

O Ministério Público também tentou anular as eleições e retirar a imunidade a Arévalo e ao seu vice-presidente eleito, manobras severamente criticadas pelos Estados Unidos, a União Europeia (UE), a ONU e a Organização dos Estados Americanos (OEA).

A tomada de posse do novo Congresso guatemalteco para o mandato 2024-2028 deve ocorrer como condição prévia à tomada de posse do Presidente eleito, Bernardo Arévalo de León, uma cerimónia que decorrerá no Teatro Nacional, na capital guatemalteca.

Estarão presentes os Presidentes chileno, Gabriel Boric, e colombiano, Gustavo Petro, bem como o chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, o ministro dos Negócios Estrangeiros português, João Gomes Cravinho, e representantes dos Estados Unidos e do rei de Espanha, entre outros dirigentes estrangeiros.

Entretanto, os ministros dos Negócios Estrangeiros que assistirão à posse de Bernardo Arévalo foram convocados para uma reunião urgente pelo chefe da diplomacia da Costa Rica, Arnoldo André, devido aos impedimentos à realização da cerimónia, revelou o Presidente colombiano.

Filho do reformista Juan José Arévalo, primeiro Presidente democraticamente eleito da Guatemala, em 1945, após décadas de ditadura, Bernardo Arévalo de León, de 65 anos, tem incessantemente denunciado que está em curso no país um "golpe de Estado lento" destinado a impedir o respeito do resultado eleitoral.

Arévalo sucede ao Presidente de direita Alejandro Giammatei, criticado pelo seu apoio à Procuradora-Geral Consuelo Porras, e sob cujo mandato foram detidos ou forçados ao exílio vários procuradores que combatiam a corrupção, profundamente enraizada no Governo e nas suas instituições.

Leia Também: Borrell transmite apoio da UE a Arévalo antes da posse como presidente

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