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Blinken visita Médio Oriente entre receios de conflito regional

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, parte hoje para nova viagem ao Médio Oriente, entre receios de agravamento da guerra entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas e de um conflito regional.

Blinken visita Médio Oriente entre receios de conflito regional
Notícias ao Minuto

20:27 - 04/01/24 por Lusa

Mundo Antony Blinken

Esta será a sua quarta visita à região e a quinta a Israel, excluindo a que foi realizada em outubro com o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, desde que o Hamas realizou o seu ataque em 07 de outubro em solo israelita, que foi seguido por uma intensa ofensiva das forças de Telavive na Faixa de Gaza.

Blinken planeia deixar Washington na noite de hoje e a sua viagem incluirá duas escalas na Europa, disse o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, em conferência de imprensa.

Durante os próximos dias, o chefe da diplomacia norte-americana estará na Turquia, Grécia, Jordânia, Qatar, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Israel, Cisjordânia e Egito.

"Não esperamos que todas as conversações nesta viagem sejam fáceis. Obviamente, a região enfrenta questões e decisões difíceis, mas o secretário [de Estado] acredita que é responsabilidade dos Estados Unidos liderar os esforços diplomáticos para enfrentar esses desafios", disse Miller.

Para o Departamento de Estado, é imperativo "expandir e manter o acesso seguro para que as organizações humanitárias forneçam alimentos, água e medicamentos, bem como para que os bens comerciais cheguem a todas as áreas de Gaza".

Nas suas reuniões com responsáveis israelitas, abordará os esforços de Telavive para garantir que os ataques de 07 de 0utubro não voltem a acontecer, bem como os planos de transição para a próxima fase de operações na Faixa de Gaza e as medidas que podem ser tomadas para melhor proteger os civis e "permitir que os palestinianos retornem às suas casas e bairros à medida que os combates diminuem".

A libertação dos reféns ainda nas mãos do Hamas será outro ponto na sua agenda, bem como a forma como os intervenientes na região podem usar a sua influência para evitar uma escalada do conflito.

"Não é do interesse de ninguém, nem em Israel, nem na região, nem no mundo, que [o conflito] se estenda para além de Gaza", disse o porta-voz do Departamento de Estado.

A posição de Washington é delicada atendendo a que os Estados Unidos são o principal parceiro militar de Israel, e rejeitam um cessar-fogo exigido veementemente pela generalidade da comunidade internacional e, em particular, pelos países árabes.

Os Estados Unidos não se opõem, no entanto, a pausas humanitárias como a que ocorreu em novembro, permitindo a libertação de reféns detidos pelo Hamas e o acesso de ajuda ao enclave palestiniano.

Esta viagem acontece logo após dois acontecimentos marcantes na região: na quarta-feira, 84 pessoas perderam a vida num ataque terrorista na cidade de Kerman, no Irão, onde milhares de pessoas participavam numa cerimónia para assinalar o assassínio em 2020 do tenente-general Qassem Soleimani, ordenado pelo ex-Presidente dos Estados Unidos Donald Trump.

A este acontecimento soma-se o ataque com um 'drone' que matou o "número dois" do gabinete político do Hamas, Saleh al-Arouri, em Beirute e que foi atribuído a Israel, embora não confirmado por Telavive.

Na noite do ataque, o primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, defendeu que "este novo crime israelita visa arrastar o Líbano para uma nova fase de confrontos" e ordenou a apresentação de uma queixa urgente ao Conselho de Segurança da ONU, "no contexto do flagrante ataque à soberania libanesa".

Um dia depois, o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, ameaçou que o grupo xiita libanês lutará "sem limites" se Israel declarar guerra ao Líbano, insistindo que a morte do "número dois" do Hamas em Beirute "não ficará impune".

Os confrontos entre o Exército israelita e o Hezbollah, os maiores desde 2006, estavam até agora limitados às zonas fronteiriças no sul do Líbano, quando se têm repetido avisos no mundo árabe e na comunidade internacional sobre o receio da propagação do conflito na Faixa de Gaza a outras regiões do Médio Oriente.

O mais recente conflito entre Israel e o Hamas foi desencadeado pelo ataque sem precedentes do movimento islamita palestiniano em território israelita em 07 de outubro, massacrando cerca de 1.140 pessoas, na maioria civis mas também cerca de 400 militares, segundo números oficiais de Telavive.

Em retaliação, Israel, que prometeu eliminar o movimento palestiniano considerado terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, lançou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, onde, segundo o governo local, já foram mortas mais de 22.000 pessoas -- na maioria mulheres, crianças e adolescentes -- e feridas acima de 57 mil, também maioritariamente civis.

O conflito provocou também cerca de 1,9 milhões de deslocados (cerca de 85% da população), segundo a ONU, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária.

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