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Brasil viveu em 8 de janeiro ataque sem precedentes ao Estado democrático

O Brasil viveu em 08 de janeiro um ataque sem precedentes às suas instituições democráticas com milhares de radicais a exigirem um golpe de Estado contra um Presidente que tinha tomado posse no início do ano.

Brasil viveu em 8 de janeiro ataque sem precedentes ao Estado democrático
Notícias ao Minuto

09:31 - 12/12/23 por Lusa

Mundo 2023

Este incidente foi eleito pela redação da agência Lusa como o Acontecimento do Ano na Lusofonia.

Em 08 de janeiro, enquanto o novo Presidente brasileiro, Lula da Silva, se encontrava fora de Brasília a visitar a cidade de Araraquara, no estado de São Paulo, que tinha sido atingida por chuvas severas, um grupo de radicais, apoiantes do ex-presidente Jair Bolsonaro, influenciados por meses de desinformação sobre urnas eletrónicas e medo do comunismo, invadiram e atacaram o Palácio do Planalto, o Congresso e o Supremo Tribunal Federal.

"O nosso objetivo é tomar os três poderes, as sedes do executivo, do legislativo e do judiciário", contava à Lusa Alexander, um jovem de 27 anos residente numa zona periférica de Brasília, que se encontrava nos jardins no Palácio do Planalto, muito perto da rampa que Lula da Silva tinha subido uma semana antes para se tornar o 39.º Presidente do Brasil.

"O nosso objetivo é a desordem", dissera à Lusa Priscila, uma manifestante que acampou durante meses, juntamente com milhares de radicais, em frente ao Quartel Geral em Brasília a apelar por uma intervenção militar, que nunca chegou, mas que também nunca fui desincentivada pelos militares.

O gatilho para o ataque começou logo depois da vitória de Lula de Silva, em 30 de outubro de 2022, nas eleições mais renhidas de sempre.

Após a vitória, não reconhecida por Jair Bolsonaro, houve uma escalada de ataques de apoiantes do então Presidente, que desde o dia seguinte às eleições iniciaram mobilizações para incentivar um golpe contra Lula da Silva.

Durante semanas bloquearam estradas, em meados de dezembro de 2022 invadiram uma unidade policial de Brasília e, dias depois, deixaram um artefato explosivo próximo ao aeroporto da capital, que foi desativado pela polícia, na véspera de Natal.

Em paralelo, acamparam durante meses à frente de quartéis militares de todo o país apelando a uma intervenção militar para não permitir a tomada de posse de Lula da Silva em 01 de janeiro de 2023. No acampamento em Brasília chegaram a "morar" cerca de 10.000 pessoas.

Enquanto isso, Bolsonaro e o seu partido continuavam a não reconhecer o resultado das eleições, tendo mesmo chegado a pedir às autoridades eleitorais a anulação de parte das urnas utilizadas, sem provas credíveis.

Tudo isto culminou nos ataques em Brasília, em 08 de janeiro de 2023.

Milhares de apoiantes do ex-presidente invadiram e vandalizaram as sedes do Supremo Tribunal Federal, do Congresso e do Palácio do Planalto, em Brasília, à semelhança do ocorrido nos Estados Unidos por partidários do então ex-presidente Donald Trump, derrotado nas urnas, antes da posse do atual chefe de Estado norte-americano, Joe Biden, em 06 de janeiro de 2021.

Até agora, o Supremo Tribunal Federal já condenou quase 30 pessoas pelos atos de 08 de janeiro com penas que variam entre os três e os 17 anos de prisão.

Desde o dia dos atos antidemocráticos, mais de 1.800 pessoas foram presas e mais de uma centena permanece detida.

A justiça brasileira investiga ainda Jair Bolsonaro para esclarecer se teve participação na instigação dos atos golpistas, e também estão a ser investigados funcionários públicos e outras autoridades suspeitas de omissão ou de facilitação dos ataques.

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