O mais alto tribunal da Alemanha anulou a decisão de reaproveitar 60.000 milhões de euros, inicialmente destinados a mitigar o impacto da pandemia de covid-19, no combate às alterações climáticas e para a modernização da economia.
O desafio agora passa por colmatar um buraco de 17.000 milhões de euros no orçamento para o próximo ano.
Olaf Scholz, o vice-chanceler, Robert Habeck, e o ministro das Finanças, Christian Lindner, têm estado reunidos para tentar resolver a questão.
O atual Governo de coligação reúne os social-democratas de Scholz, os ambientalistas de Habeck e os democratas de Lindner.
Esta questão aumentou as tensões entre a coligação, levando a lutas internas, que fizeram as intenções de voto cair.
O partido de Linder tem-se apresentado como garante de finanças sólidas e da adesão aos limites, autoimpostos pela Alemanha, à acumulação de dívidas.
Alguns membros do partido, juntamente com a oposição, questionam o aumento de cerca de 12% nos subsídios de desemprego, cuja entrada em vigor está prevista para janeiro.
A taxa de inflação na Alemanha recuou para 3,2%, abaixo dos níveis elevados registados no início do ano.
"Quero transmitir aqui a confiança de que teremos sucesso [...], de uma forma importante para o país", assegurou Scholz, que falava hoje numa convenção, em Berlim.
O chanceler defendeu que esta não é uma tarefa impossível, ressalvando que, para isso, é necessário consenso.
"Para mim, é claro que não haverá um desmantelamento do bem-estar social da Alemanha numa situação com esta", afirmou.
Para Scholz, o bem-estar social faz parte do "ADN do país", sendo a "base de prosperidade, da qual não se desiste".
O governante disse ainda que a discussão sobre o aumento do subsídio de desemprego "é muito estranha", tendo em conta que a anterior subida foi muito pequena.
"Penso que temos que resistir", vincou.
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