Duas empresas do Mercado Alternativo Bursátil espanhol pedem para sair

Duas empresas pediram hoje para abandonar o Mercado Alternativo Bursátil (MAV) espanhol, depois da polémica causada pela falsificação das contas da empresa Gowex.

bandeira espanha

© Reuters

Lusa
07/07/2014 09:27 ‧ 07/07/2014 por Lusa

Mundo

Gowex

Em causa está a admissão pelo presidente da Gowex, uma das 23 empresas do MAB, de que durante quatro anos a empresa falsificou as contas para esconder grandes dificuldades financeiras.

Duas empresas solicitaram hoje à Bolsas e Mercados Espanhóis (BME) abandonar o MAB, perante as crescentes dúvidas sobre a forma como são reguladas ou supervisionadas as empresas que o integram.

Dúvidas sobre a Gowex, que cotiza no MAB desde março de 2010, começaram na terça-feira depois da empresa Gothan City Research LLC, até então desconhecida no mercado espanhol, ter preparado um relatório em que dava um valor zero às ações da empresa.

Esse relatório, em que assegurava que 90% das supostas receitas da empresa "não existiam", levou no início da semana passada, à queda de 60% no valor das ações da empresa, cuja negociação está suspensa desde então.

Jenaro Garcia, presidente da empresa, criticou duramente o relatório da Gotham City Research mas, com crescentes perguntas ao longo da semana, acabou no fim-de-semana por admitir "a falsidade" das contas da empresa durante, pelo menos, quatro anos.

Um anúncio, feito ao regulador, que levou o Conselho de Administração da empresa a suspender Garcia de funções e a solicitar o concurso voluntário de credores.

A decisão, comunicada ao MAB durante a madrugada de hoje, reconhece que o concurso de credores foi solicitado "perante a previsão de que a empresa não poderá fazer frente às suas dívidas correntes".

Uma situação que deixa 'pendurados' mais de 4.000 pequenos investidores, vários credores institucionais, incluindo o Instituto de Crédito Oficial (ICO) e os trabalhadores da empresa.

O caso volta a levantar fortes dúvidas sobre o MAB, os reguladores espanhóis e até o sistema de auditoria de Espanha que durante quatro anos 'verificou' as contas da empresa que, antes desta crise, tinha um valor em bolsa de 1.400 milhões de euros.

Nas redes sociais ironiza-se, por exemplo, com o facto de o presidente da Gowex ter recebido em 2011 o prémio Empreendedor do Ano, entregue pela consultora Ernst& Young, facto que ainda hoje é destacado numa página da empresa.

Janero Garcia explica, através da sua rede 'twitter', que confessou perante um juiz, a quem se apresentou voluntariamente durante o fim-de-semana, a falsificação das contas, afirmando que está disposto a assumir as consequências e a colaborar com a justiça.

 

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