Várias organizações sindicais italianas dos caminhos de ferro estão, esta quinta-feira, em greve, após a morte de duas pessoas, na noite de quarta-feira, quando um comboio regional abalroou um camião que estava preso numa passagem de nível, na região de Calábria.
O acidente levou à morte da maquinista do comboio e do condutor do camião.
Segundo a Rai, a greve está a causar atrasos nos vários serviços ferroviários, principalmente nos comboios regionais. A paragem deverá acontecer com maior intensidade entre as 9h00 e as 16h59 (entre as 7h00 e as 14h59 em Portugal continental).
Esta greve, explicaram os sindicatos, foi marcada sem aviso prévio graças a um enquadramento legal em que esta necessidade não se aplica em caso de abstenção do trabalho em defesa da ordem constitucional ou "protesto por acontecimentos graves prejudiciais à segurança e proteção dos trabalhadores".
"Há anos que denunciamos o perigo nas passagens de nível em todos os níveis de comparação, pedindo a sua total supressão. No entanto, apesar de a Agência Nacional de Segurança Ferroviária ter destacado o número de acidentes e de vítimas causados por acidentes semelhantes aos de hoje, ainda existem milhares de passagens de nível em Itália" afirmam os sindicatos confederais Filt Cgil, Fit Cisl, Uiltrasporti, Ugl Ferrovieri, Orsa Trasporti e Fast Confsal, expressando as suas "condolências" às famílias das vítimas.
Os sindicatos lamentam que "as instituições e a Rete Ferroviaria Italiana (RFI, equivalente italiana à CP portuguesa) não se preocupem em elevar os padrões de segurança na infraestrutura ferroviária".
Citado pela Rai, o vice-primeiro-ministro e ministro dos Transportes e Infraestruturas, Matteo Salvini, após uma chamada com o CEO da RFI, Gianpiero Strisciuglio, garantiu que a empresa "irá em breve investir e colocar a concurso 500 milhões de euros para sistemas de segurança em passagens de nível".
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