"Sejamos honestos: sabemos que a integração na UE vai demorar, pelo menos, 10 anos. [O processo] é muito pormenorizado, abrangente, com negociações de grupos de trabalho em diferentes esferas", afirmou à Agência Lusa em Londres.
Por isso, entende que a adesão à Aliança Atlântica deve ser a prioridade da Ucrânia, que espera ainda receber um convite que não foi concretizado na cimeira realizada em Vilnius em julho.
Na altura, o secretário-geral da organização, Jens Stoltenberg, disse que o início formal do processo de adesão só seria iniciado "quando os aliados concordarem que as condições estão reunidas", o que frustrou Kiev.
"Sabemos que não seremos membros da NATO amanhã. Mas pensamos que, juntamente com os nossos amigos, temos de trabalhar na cimeira de Washington [em julho de 2024] porque temos de receber um convite", vincou.
Segundo Ionova, "as mensagens também são importantes e [o presidente russo, Vladimir] Putin tem de perceber que a Ucrânia recebeu este convite, e que este é um território de democracia e não é uma zona tampão".
A deputada, vice-presidente do Congresso das Mulheres Ucranianas, falava à margem da Conferência em Londres do Fórum Económico sobre o futuro da Ucrânia.
As declarações à Lusa coincidiram também com o início de um encontro em Bruxelas dos ministros dos Negócios Estrangeiros da Aliança Atlântica, cuja discussão terá a Ucrânia como principal tópico.
Durante o primeiro painel de discussão da Conferência em Londres, o antigo vice-presidente do Parlamento Europeu, o polaco Marek Siwiec, afirmou que, "realisticamente", não será possível a Ucrânia aderir à NATO tão cedo, muito menos a tempo da cimeira de Washington.
Até lá, defende que Kiev deve preparar reformas políticas internas para preencher os requisitos necessários para ser membro da Aliança.
"Quando a Polónia estava a tentar ser membro da NATO, falou-se mais de democracia do que do exército", vincou Siwiec, que foi conselheiro de segurança do presidente polaco Aleksander Kwasniewski entre 1996 e 2004.
Mas Ionova lamentou que que os países aliados de Kiev "estejam à procura de desculpas para não darem a adesão à Ucrânia por causa da corrupção e de outras coisas".
"Sabemos que temos de fazer o nosso trabalho de casa, mas isso não significa que não devamos receber ajuda e um verdadeiro convite agora. A Polónia também tem interesse em ter-nos na NATO. Neste momento, não estamos a pedir tropas no terreno. Estamos a pedir apenas armas", enfatizou.
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