Uma pequena cidade no norte da Suécia quer combater a solidão dos seus habitantes com um simples gesto.
A prática não é inovadora, nem extraordinária, poderia até dizer-se que já foi em tempos considerada um mínimo de boa educação. Contudo, foi-se perdendo o costume, sobretudo nos grandes centros urbanos, onde as pessoas acabam por se ignorar na alienação do seu dia.
Os responsáveis pela localidade de Luleå estão, assim, a instar aos seus moradores a recuperar este hábito perdido e que consiste em, simplesmente, cumprimentar as pessoas com as quais se cruze na rua, dizendo-lhes 'Olá'.
O objetivo é combater a solidão, que se adensou com a pandemia e torna-se sobretudo importante numa cidade onde, durante o inverno, o sol mal se vê, situação que agrava os casos de depressão.
"A solidão e o isolamento são um dos maiores problemas, em qualquer parte do mundo, nos dias de hoje", afirma o professor da Escola de Economia de Estocolmo, Micael Dahlen, acrescentando que isto se deve "aos tempos em que vivemos, aos nossos estilos de vida, em que não nos relacionamos tanto como antigamente".
"Isto agrava-se no inverno quando passamos menos tempo na rua e socializamos menos", completa.
Na cidade de Luleå, o sol começa a pôr-se ao início da tarde, lançando a região para a escuridão durante grande parte do dia - algo ligado à desordem afectiva sazonal.
É nesta região que quase metade dos jovens com idades compreendidas entre os 16 e os 29 anos têm problemas relacionados com a solidão, segundo um estudo citado pelo The Guardian.
Antes da pandemia, os moradores da cidade tinham por hábito cumprimentar-se, mas com a pandemia isso perdeu-se. "Depois da Covid as pessoas passaram a ter medo de ter contacto com outras pessoas", afirma um morador.
Esta nova campanha tem como objetivo mudar isso para sempre e o gesto, não sendo tão difícil assim, poderia até aplicar-se a outras (se não todas) as cidades do mundo.
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