O antigo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, lamentou, esta terça-feira, a morte da irmã, Maryanne Trump Barry, e criticou a forma "sem piedade" com que os meios de comunicação norte-americanos a trataram após a sua eleição para a Casa Branca, em 2016.
"A minha excelente irmã, Maryanne, morreu ontem aos 86 anos", começou por referir Donald Trump, numa publicação na sua rede social Truth Social, citado pelo jornal The Guardian.
"Uma mulher verdadeiramente bonita, alta e elegante, com uma presença como nenhuma outra, também foi uma tremenda estudante e juíza, responsável pelo Tribunal Federal de Recursos do Terceiro Circuito dos Estados Unidos, logo abaixo do Supremo Tribunal dos Estados Unidos", acrescentou.
Maryanne Trump Barry foi uma antiga juíza federal e procuradora, tendo sido selecionada pelo presidente Ronald Reagan para servir no Tribunal Distrital Federal de Nova Jersey, em 1983. Posteriormente, em 1992, foi nomeada por Bill Clinton para o Tribunal Federal de Recursos. Viria a reformar-se 20 anos depois, em 2019, após o seu nome ser citado num inquérito que envolvia o pai e os irmãos em esquemas de evasão fiscal.
"A vida dela era praticamente livre de problemas, perfeita, até que tornei tudo difícil quando decidi concorrer à presidência", continuou Trump, acrescentando que "as notícias falsas e outras foram atrás dela sem piedade".
"Embora dura e forte, ela sofreu naqueles anos, de 2016 até à sua reforma", lamentou.
"Nunca esquecerei as muitas vezes em que as pessoas vinham até mim e diziam: 'A tua irmã era a pessoa mais inteligente do tribunal'. Sempre me senti honrado com isso, mas entendi exatamente o que eles queriam dizer – eles estavam certos! Ela era uma ótima juíza e uma ótima irmã. Vai realmente fazer falta!", acrescentou.
Maryanne Trump Barry, que morreu na segunda-feira em sua casa, em Nova Iorque, fez manchetes em todo o mundo em 2020, após ter sido gravada secretamente pela sobrinha, Mary Trump, entre 2018 e 2019, a criticar o irmão, acusando-o de "não ter princípios".
Numa das gravações, a que o The Washington Post teve acesso, Barry falou sobre uma entrevista de 2018 com o irmão na Fox News, na qual Trump sugeriu que a colocaria na fronteira para supervisionar casos de crianças migrantes separadas dos seus pais.
"As suas bases, quero dizer meu Deus, se fosses uma pessoa religiosa, irias querer ajudar as pessoas e não fazer isso", disse, na altura, a irmã de Trump, que criticou ainda as publicações na rede social Twitter e "as mentiras".
A certa altura, Maryanne Trump Barry disse ainda à sobrinha: "É a falsidade de tudo. É a falsidade e essa crueldade. Donald é cruel".
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