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Nobel da Paz termina greve de fome após ser examinada no hospital

A iraniana vencedora do Prémio Nobel da Paz deste ano, Narges Mohammadi, encerrou a greve de fome que começou há três dias depois de ser examinada num hospital, segundo um comunicado divulgado hoje pela família.

Nobel da Paz termina greve de fome após ser examinada no hospital
Notícias ao Minuto

12:30 - 09/11/23 por Lusa

Mundo Irão

"Depois de ser transferida para o hospital sem usar o véu obrigatório e voltar para a ala feminina [da prisão], terminei a greve de fome", informou Mohammadi num comunicado divulgado pela sua família na rede social Instagram.

As autoridades iranianas informaram na quarta-feira que a ativista foi levada para o hospital para fazer testes pulmonares e cardíacos seguindo os "regulamentos e protocolos", depois de lhe ter sido negada uma visita médica há duas semanas por não usar o véu islâmico, 'hijab'.

Mohammadi, de 51 anos, que está detida na prisão de Evin, em Teerão, negou esta versão e garantiu que não usava 'hijab'.

"Fui da prisão para o hospital sem usar o véu obrigatório, com casaco e saia e com dezenas de agentes das forças de segurança", disse.

"Se a República Islâmica considera que não usar o véu está de acordo com os regulamentos e protocolos, então certamente deveria ser o mesmo para todas as mulheres iranianas", acrescentou.

Mohammadi disse ainda que as autoridades mobilizaram forças de segurança na entrada do hospital, no estacionamento, no elevador e no corredor que levava ao consultório do médico que iria examiná-la.

Durante a visita ao hospital, a ativista não foi autorizada a falar com o seu advogado ou com a família.

Mohammadi, que sofreu um ataque cardíaco em 2022, iniciou uma greve de fome na segunda-feira para protestar contra a falta de cuidados médicos na prisão e o uso obrigatório do véu islâmico, depois de ter sido recusada a ir a um hospital para fazer uma consulta de revisão porque se recusou a usar o hijab.

No mês passado, o Comité Nobel norueguês atribuiu o prestigiado prémio a Mohammadi "pela sua luta contra a opressão das mulheres no Irão e para promover os direitos humanos e a liberdade para todos".

A ativista, que está atualmente a cumprir uma pena de 10 anos de prisão por "espalhar propaganda contra o Estado", nos últimos anos tem entrado e saído de várias prisões iranianas.

A jornalista não vê os filhos, que estão em Paris, há oito anos e passou longos períodos em confinamento solitário. O seu ativismo custou-lhe 13 detenções, cinco penas de 31 anos de prisão no total e 154 chicotadas.

Leia Também: Nobel da Paz em greve de fome contra condições na prisão foi ao hospital

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