De acordo com o mais recente relatório do 'think-tank' norte-americano Institute for the Study of War (ISW), imagens geolocalizadas mostram que as forças ucranianas conseguiram progredir para sudeste da cidade de Pidtepen, a cerca de três quilómetros da margem esquerda do Dnieper.
Mais a leste, na mesma margem do rio, a cerca de dois quilómetros da costa, as tropas ucranianas ocuparam redutos perto da cidade de Krinki, segundo dados de especialistas do ISW.
Com estas ações, os militares ucranianos procuram distanciar a artilharia russa da margem do Dnieper, já que de lá esta consegue atingir a cidade de Kherson, capital da região homónima, que o Exército ucraniano recuperou há um ano.
O agravamento da situação na região de Kherson foi confirmado pelo governador regional nomeado pela Rússia, Vladimir Saldo, que ordenou hoje o prolongamento do horário do recolher obrigatório implementado em novembro do ano passado.
Segundo o Ministério da Defesa russo, nas últimas horas as suas tropas repeliram cinco tentativas das forças ucranianas de desembarcar na margem direita do Dnieper, na região de Kherson.
Na frente oriental, as forças russas, com o apoio da aviação, continuam as tentativas de cercar Avdivka, cidade localizada a apenas 10 quilómetros de Donetsk, capital da região homónima, controlada por separatistas pró-Rússia desde 2014.
Os serviços de informações militares ucranianos (GUR) alertaram hoje para o facto de a Rússia estar à espera que o inverno chegue e que as temperaturas caiam abaixo de zero graus para lançar uma nova campanha de bombardeamento massivo contra o sistema energético da Ucrânia.
"É muito provável que comecem quando houver uma carga maior no nosso sistema energético, o que cria condições mais favoráveis para ataques", disse hoje o general Vadim Skibitski, um dos altos funcionários do GUR.
De acordo com uma estimativa publicada hoje pelo GUR, a Rússia possui atualmente 870 mísseis de alta precisão.
Graças à ajuda ocidental, a Ucrânia tem agora muito mais defesas aéreas do que quando a Rússia atacou pela primeira vez o seu sistema energético, no outono do ano passado.
No entanto, muitas áreas do país continuam vulneráveis ao arsenal russo de mísseis e de 'drones'.
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