O Tribunal Constitucional da Coreia do Sul decidiu manter vigente a lei que proíbe relações entre pessoas do mesmo sexo dentro das estruturas militares do país.
Segundo a BBC, a justiça sul-coreana considera que este tipo de relações podem minar a disciplina e ferir a prontidão das tropas para combater. Violar a lei pode resultar numa pena de prisão até dois anos.
O tribunal aprovou a manutenção da lei, com cinco votos a favor e quatro votos contra, considerando constitucional a proibição deste tipo de relações. O texto não se refere especificamente a relações homossexuais, mas proíbe "sexo anal" ou "qualquer outro ato indecente" durante o serviço militar.
Citado pela BBC, o investigador da Amnistia Internacional para o Este Asiático, Boram Jang, disse que a proibição "institucionalizou a discriminação, reforço desvantagens sistemáticas enfrentadas por pessoas LGBT e arrisca incitar ou justificar violência contra eles, tanto dentro da vida militar como no dia a dia".
"O mundo avançou no sentido da eliminação da discriminação LGBT, mas as mentes dos Juízes Constitucionais não deram um único passo em frente", disse, por sua vez, Lim Tae-hoon, chefe do Centro Militar de Direitos Humanos da Coreia.
Recorde-se que a Coreia do Sul não reconhece legalmente o casamento entre pessoas do mesmo sexo e, apesar de a homossexualidade não ser ilegal, é ainda um tema 'tabu' no país asiático.
O serviço militar é obrigatório na Coreia para todos os cidadãos homens, com idades entre os 18 e os 28 anos, que estejam em condições físicas e mentais para tal. A duração deste serviço obrigatório é de cerca de 20 meses.
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