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MNE israelita cancela reunião com Guterres. "Em que mundo é que vive?"

Não só o ministro dos Negócios Estrangeiros (MNE) israelita, Eli Cohen, criticou o discurso do secretário-geral da ONU, como também o embaixador do país na organização, Gilad Erdan, pediu que este renunciasse ao cargo.

MNE israelita cancela reunião com Guterres. "Em que mundo é que vive?"

O primeiro-ministro de Israel, Eli Cohen, cancelou, esta terça-feira, o encontro que estava marcado com o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres.

"Não me vou encontrar com o secretário-geral da ONU. Depois do ataque [do Hamas] a 7 de outubro, não há espaço para uma abordagem equilibrada. O Hamas tem de ser eliminado da face da Terra", escreveu o ministro na rede social X (antigo Twitter).

A informação surge depois de o responsável pela pasta dos Negócios Estrangeiros israelita já ter mostrado o seu descontentamento perante o posicionamento de Guterres - que na abertura do Conselho de Segurança da ONU condenou inequivocamente os "atos de terror" e "sem precedentes" perpetrados pelo Hamas em Israel, salientando que "nada pode justificar o assassinato, o ataque e o rapto deliberados de civis" -, mas admitiu também que é "importante reconhecer" que os ataques do grupo islamita Hamas "não aconteceram do nada", frisando que o povo palestiniano "foi sujeito a 56 anos de ocupação sufocante".

O português notou ainda que estava "profundamente preocupado com as claras violações" do direito humanitário internacional em Gaza e reiterou os seus apelos por um cessar-fogo humanitário imediato.

Guterres "preocupado" com "violações" do direito humanitário em Gaza

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, disse hoje estar "profundamente preocupado com as claras violações" do direito humanitário internacional em Gaza e reiterou os seus apelos por um cessar-fogo humanitário imediato.

Lusa | 16:06 - 24/10/2023

O ministro israelita respondeu dando detalhes explícitos sobre os ataques que aconteceram, e perguntou: "Sr. secretário-geral, em que mundo é que vive?". Depois da questão, respondeu: "Sem dúvida, não é no nosso".

O responsável defendeu ainda que Israel se retirou de Gaza em 2005, com a chamada 'Lei de Implementação do Plano de Retirada'. "Demos Gaza aos palestinianos até ao último milímetro. Não há disputas em relação ao território", reforçou.

Também o embaixador israelita na ONU, Gilad Erdan, denunciou na plataforma X o "discurso chocante" de António Guterres, a quem acusou de ver a situação de "uma forma distorcida e imoral".

"A sua declaração de que 'os ataques do Hamas não aconteceram do nada' expressou uma compreensão do terrorismo e do assassínio. É realmente incompreensível. É verdadeiramente triste que o líder de uma organização que surgiu após o Holocausto tenha opiniões tão horríveis. Uma tragédia!", acrescentou Erdan.

O responsável chega mesmo, através do X, a pedir que Guterres renuncie ao cargo de secretário-geral da ONU.

Leia Também: Invasão de Gaza está a ser adiada por questões estratégicas, diz exército

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