Meteorologia

  • 03 MAIO 2024
Tempo
19º
MIN 10º MÁX 19º

Nigéria. Polícia deteve 76 pessoas acusadas de organizarem casamento gay

Mais de 70 jovens foram detidos no sábado pelas forças de segurança nigerianas que os acusaram de organizar um casamento gay no nordeste do país, onde essas uniões são criminalizadas e a violência contra a comunidade LGBT+ é generalizada.

Nigéria. Polícia deteve 76 pessoas acusadas de organizarem casamento gay
Notícias ao Minuto

17:26 - 23/10/23 por Lusa

Mundo LGBT

O casamento entre pessoas do mesmo sexo é ilegal na Nigéria, ao abrigo de uma lei de 2014, e punível com 14 anos de prisão.

"Detivemos 76 suspeitos de serem homossexuais numa festa de aniversário organizada por um deles, que ia casar com o seu noivo durante o evento", disse Buhari Saad, o porta-voz do Corpo de Segurança e Defesa Civil da Nigéria (NSCDC, na sigla em inglês) no Estado de Gombe, uma organização paramilitar dependente do Governo.

Entre os jovens detidos encontram-se 59 homens e 17 mulheres.

A intimidação da comunidade LGBT+ é frequente na Nigéria e, nos últimos anos, as forças de segurança têm efetuado numerosas rusgas a festas por acreditarem que nelas são organizados casamentos.

No entanto, nenhuma das pessoas detidas nessas ocasiões foi condenada.

Em agosto, a polícia prendeu mais de uma centena de homens em circunstâncias semelhantes no sudeste da Nigéria.

A organização não-governamental de defesa dos direitos humanos Amnistia Internacional (AI) apelou ao fim do que classifica como "caça às bruxas".

"Numa sociedade em que a corrupção é endémica, a lei que proíbe as relações entre pessoas do mesmo sexo está a ser cada vez mais utilizada para assédio, extorsão e chantagem por parte dos agentes da autoridade e de outros membros do público", denunciou a AI.

Em dezembro, 19 homens e mulheres na casa dos vinte anos foram detidos em Kano, a maior cidade do norte da Nigéria, pela polícia islâmica, conhecida como Hisbah, sob a acusação de organizarem um casamento gay.

Os suspeitos foram repreendidos e libertados sem serem levados a tribunal.

O Estado de Gombe, onde as detenções tiveram lugar no sábado, é também um dos Estados do Norte, de maioria muçulmana, onde a lei islâmica (Sharia) é aplicada a par dos sistemas judiciais federal e estatal.

Segundo a Sharia, as relações homossexuais são puníveis com a morte.

No entanto, esta pena nunca foi aplicada no norte da Nigéria.

O porta-voz do NSCDC recusou-se a dizer se os suspeitos detidos no sábado seriam acusados ao abrigo da Sharia ou do Direito comum.

Leia Também: Supremo da Índia diz não ter autoridade para legalizar casamento gay

Recomendados para si

;
Campo obrigatório