África do Sul condena bloqueio militar israelita à Faixa de Gaza

O Governo sul-africano condenou hoje o bloqueio das Forças Armadas israelitas à Faixa de Gaza alertando para uma "nova catástrofe" humanitária na região que constitui uma violação das convenções de Genebra.

Faixa de Gaza, Israel, Palestina,

© Ahmad Hasaballah/Getty Images

Lusa
13/10/2023 20:13 ‧ 13/10/2023 por Lusa

Mundo

Israel/Palestina

"O Departamento [Ministério] de Relações Internacionais e Cooperação na África do Sul condena nos termos mais fortes possíveis a violação por parte de Israel das Convenções de Genebra e o abandono do direito internacional humanitário em Gaza, pela sua negação intencional de alimentos, água, eletricidade e combustível ao povo de Gaza", referiu em comunicado divulgado hoje à imprensa.

"É proibida a fome de civis como método de combate", referiu Pretória, citando o Artigo 4 da Convenção de Genebra, acrescentando que à luz do Quarta Convenção de Genebra "os civis devem ser protegidos do assassinato, da tortura ou da brutalidade e da discriminação com base na raça, nacionalidade, religião ou opinião política".

"A Comissão das Nações Unidas para os Direitos Humanos já declarou anteriormente que as 'violações graves e contínuas' cometidas por Israel à Quarta Convenção de Genebra e ao Protocolo Adicional I são crimes de guerra", adiantou.

O governo sul-africano considerou que o direito humanitário internacional "inclui a obrigação de não visar populações civis e a responsabilidade de proteger os civis em conflitos armados".

"Os bombardeamentos israelitas aéreos, marítimos e terrestres continuaram e intensificaram-se em toda a Faixa de Gaza pelo sexto dia consecutivo. Esta é uma violação flagrante do direito internacional humanitário", adiantou, acrescentando que "o anúncio de hoje de Israel, dando a 1,1 milhões de habitantes de Gaza, 24 horas para deixarem o norte da Faixa de Gaza e retirarem para o sul de Gaza, conduzirá a uma nova catástrofe".

No comunicado, a que a Lusa teve acesso, o Ministério das Relações Internacionais de Cooperação (DIRCO, na sigla em inglês), referiu também que "entre 100 e 150 israelitas, incluindo soldados e civis, alguns dos quais são mulheres e crianças, bem como alguns cidadãos estrangeiros, foram capturados e levados à força para Gaza".

"O secretário-geral da ONU, António Guterres, também apelou à "libertação imediata de todos os reféns israelitas, o que também é proibido pelo direito internacional humanitário", adiantou o comunicado da diplomacia sul-africana.

Na quinta-feira, o presidente da África do Sul apelou à abertura de "corredores humanitários" no Médio Oriente para ajudar as pessoas afetadas pela guerra, que eclodiu no passado sábado entre Israel e a organização islamita Hamas.

Todavia, o Governo do Congresso Nacional Africano (ANC), partido no poder desde 1994, e o Presidente da República, Cyril Ramaphosa, que é também presidente do ANC, não condenaram o ataque terrorista do grupo islamita há cinco dias em território israelita que causou a morte de mais de 700 civis, justificando tratar-se de uma "causa de pessoas oprimidas".

Pelo menos dois sul-africanos foram mortos no atual conflito israelo-palestiniano, segundo um porta-voz do Ministério das Relações Internacionais e Cooperação sul-africano.

Na Cidade do Cabo, o deputado do ANC, Mandla Mandela, neto do antigo Presidente Nelson Mandela, juntou-se a várias dezenas de manifestantes pró-Palestina que realizaram uma marcha de solidariedade junto ao edifício do Parlamento, apelando ao "apoio à resistência palestiniana".

Leia Também: "Grave violação do direito internacional". Egito rejeita ultimato a Gaza

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas