O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, acusou, esta segunda-feira, a Rússia de querer "desencadear uma guerra no Médio Oriente" para "minar a unidade mundial" e "aumentar a discórdia", de forma a "destruir a liberdade na Europa".
"A Rússia está interessada em desencadear uma guerra no Médio Oriente para que uma nova fonte de dor e sofrimento possa minar a unidade mundial, aumentar a discórdia e as contradições e, assim, ajudar a Rússia e destruir a liberdade na Europa", denunciou o chefe de Estado ucraniano no seu habitual discurso noturno à nação, divulgado pela presidência da Ucrânia.
Zelensky afirmou ainda que os propagandistas russos estão "regozijar-se" com o conflito entre Israel e a Palestina e "os amigos iranianos de Moscovo [estão] a apoiar abertamente aqueles que atacaram Israel".
"E tudo isto é uma ameaça muito maior do que o mundo atualmente pensa. As guerras mundiais do passado começaram com agressões locais", frisou.
Para o presidente ucraniano, a situação do Médio Oriente "trata-se de uma questão de importância fundamental" não só para a Ucrânia, como para toda a Europa.
Já numa entrevista ao canal de televisão francês France 2, Zelensky acusou a Rússia de ter auxiliado o grupo islâmico Hamas no seu ataque.
"Estamos convencidos de que nas operações levadas a cabo pelo Hamas a Rússia estava presente de uma maneira ou de outra", afirmou.
"Segundo os nossos serviços de inteligência, existem indícios que nos levam a pensar que a Rússia já terá ajudado certas operações terroristas", acrescentou o chefe de Estado ucraniano, que professa a religião judaica.
"Não é a primeira vez, [a Rússia] já o fez na Síria, na Ucrânia e na Crimeia", afirmou Zelensky.
Sublinhe-se que o grupo islâmico Hamas lançou, no sábado, um ataque surpresa contra o território israelita, sob o nome de operação "Tempestade al-Aqsa", com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados por terra, mar e ar.
Em resposta ao ataque surpresa, Israel bombardeou a partir do ar várias instalações do Hamas na Faixa de Gaza, numa operação que batizou como "Espadas de Ferro".
Os ataques e a resposta militar fizeram mais de mil mortos e também mais de mil feridos.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, declarou que Israel está "em guerra" com o Hamas.
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