O marechal Haftar "reuniu-se com o presidente russo Vladimir Putin e o ministro da Defesa russo, Serguei Shoigu na capital russa Moscovo", anunciaram as LAAF na sua página oficial no Facebook, sem fornecer mais detalhes.
Segundo os 'media' libaneses, este foi o primeiro encontro entre os dois homens desde 2019.
Haftar chegou na terça-feira à Rússia para abordar com responsáveis do país a situação na Líbia e as relações bilaterais, segundo as LAAF.
Foi recebido pelo vice-ministro russa da Defesa, Iunus-Bek Ievkourov, que se deslocou por diversas vezes ao leste da Líbia para encontros com o marechal.
O seu último encontro ocorreu em 17 de setembro no quartel-general das LAAF em Benghazi, alguns dias após as inundações que provocaram milhares de mortos e desaparecidos na cidade de Derna, leste da Líbia.
A Rússia promove desde há vários anos uma ofensiva diplomática em África para contrariar a influência das potências ocidentais, em particular dos antigos colonizadores, e que se encontra em declínio.
Na sequência da invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022, e submetido a pesadas sanções ocidentais, Moscovo tem redobrado os esforços para manter e reforçar a sua influência no continente africano.
A Rússia mantém estreitas relações com o marechal Haftar, que recorreu a paramilitares do grupo russo Wagner numa tentativa fracassada, entre abril de 2019 e junho de 2020, de controlar a capital Tripoli.
Após este fracasso militar foi assinado um cessar-fogo em outubro de 2020, supervisionado por uma comissão militar integrada por cinco oficiais de cada campo.
Centenas e efetivos do grupo Wagner mantiveram-se ativos no leste, também uma zona de terminais petrolíferos, e no sul da Líbia, apesar da partida de parte dos seus efetivos para o Mali ou para a Ucrânia, onde combateram ao lado do Exército russo.
A Líbia, assolada por divisões desde a queda de Muammar Kadhafi em 2011, é governada por duas administrações rivais. A primeira está sediada em Tripoli (oeste), é dirigida por Abdelhamid Dbeibah e reconhecida pela ONU. A segunda fixou-se no leste, onde também se instalou o Parlamento, e declarou-se apoiante de Khalifa Haftar.
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