"Enquanto um país-membro da UE não receber os fundos [que lhe foram atribuídos], nenhum país fora da UE poderá receber dinheiro do orçamento conjunto", afirmou o ministro em declarações aos jornalistas, quando questionado sobre o apoio financeiro da UE a Kyiv.
Gulyás lembrou que "a modificação do orçamento comunitário exige unanimidade", dando a entender que Budapeste vetaria as ajudas à Ucrânia.
"Bruxelas abusa do seu poder quando não paga à Hungria", acrescentou o político húngaro conservador, comentando que não é possível saber se a Comissão Europeia utiliza, entretanto, estes fundos "para apoiar países terceiros".
O executivo comunitário congelou a entrega de 22 mil milhões de euros de fundos comunitários à Hungria até que o Governo húngaro apresente garantias que os programas abrangidos pelas verbas respeitam a Carta Europeia dos Direitos Fundamentais.
Nas negociações entre a Comissão Europeia, liderada por Ursula von der Leyen, e o Governo húngaro, chefiado pelo primeiro-ministro ultranacionalista Viktor Orbán, as duas partes concordaram que a Hungria terá de cumprir uma série de alterações e procedimentos legais para ter acesso aos fundos comunitários bloqueados.
Gulyás declarou que a Comissão está atualmente apenas a tentar ganhar tempo, uma prática que classificou como "absurda e embaraçosa".
A Hungria anunciou, em julho, que manterá a sua rejeição ao financiamento europeu para o envio de armas para a Ucrânia enquanto Kyiv continuar a incluir o maior banco húngaro, o OTP, na lista de empresas sancionadas por alegado apoio a Moscovo.
As relações entre os dois países são tensas há vários anos, com Budapeste a acusar Kyiv de limitar os direitos da minoria húngara, composta por 150 mil pessoas, que vive no país vizinho.
Já a Ucrânia critica a Hungria por apoiar as políticas e os interesses de Moscovo, que lançou em fevereiro de 2022 uma ofensiva militar no território ucraniano.
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