Opositora pede à ONU que garanta o voto nas primárias na Venezuela

A opositora Maria Corina Machado pediu na terça-feira à ONU que acompanhe as primárias da oposição na Venezuela, a 22 de outubro, em que será eleito o rival do atual Presidente Nicolás Maduro.

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Lusa
27/09/2023 02:54 ‧ 27/09/2023 por Lusa

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"Pedimos aos membros do Conselho dos Direitos Humanos e da Missão [Internacional de Determinação dos Factos para a Venezuela] que acompanhem o processo das primárias e nos ajudem a garantir que o direito de voto dos venezuelanos, dentro e fora do país, seja respeitado", disse Machado.

A líder do partido "Vente Venezuela" (Vem Venezuela) falava num vídeo dirigido ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, no qual sublinhou: "todos sabemos que corremos um grande risco".

Machado acusou o regime da Venezuela de continuar a perseguir a oposição.

"Os intervenientes, organizadores, candidatos, voluntários, estão a ser assediados, perseguidos e até detidos arbitrariamente por quererem fazer uma mudança pela via do voto", sublinhou.

Machado, tida como uma das favoritas entre os 14 candidatos que participarão nas primárias da oposição, agradeceu "à Missão de Determinação dos Factos pela apresentação recente de um contundente relatório".

"Na Venezuela continuam a torturar, a violar os Direitos Humanos e a cometer crimes contra a humanidade. Há 288 presos políticos, civis e militares. Ainda na manhã da apresentação do relatório, 10 deles foram condenados numa emboscada judicial, com provas forjadas e tortura, a penas entre 16 e 30 anos de prisão, pela mesma juíza que há um mês condenou, sem provas, seis sindicalistas a 16 anos de prisão", explica.

"É por isso que nós, os venezuelanos, estamos a lutar por justiça e liberdade para todos, o que não será possível sem democracia", disse Machado.

"É por isso que decidimos avançar para eleger uma liderança unitária numa primária de cidadãos em 22 de outubro, uma liderança que enfrentará Nicolás Maduro nas eleições presidenciais de 2024", explicou.

Além de Machado, o lote de 14 inscritos nas primárias inclui nomes como o antigo candidato presidencial Henrique Capriles Radonski, a advogada e antiga juíza luso-descendente Glória Pinho, o antigo deputado Carlos Prosperi e o ex-presidente do Conselho Nacional Eleitoral, Andrés Caleca.

Em 30 de junho o fiscalizador das finanças das instituições públicas da Venezuela, a CGR, anunciou que Maria Corina Machado está impedida de exercer cargos públicos por um período de 15 anos.

A decisão foi divulgada depois de Machado formalizar a sua candidatura às primárias da oposição.

A CGR explicou que foi feita uma auditoria patrimonial encontrando-se que, ao abrigo da Lei Contra a Corrupção, Machado teria incorrido em "atos, factos, omissões e irregularidades" que "atentam contra a ética pública, a moral administrativa, o estado de direito, a paz e a soberania" da Venezuela.

O fiscalizador acrescentou que houve omissão nas declarações de 50% dos fundos que Machado administrou em vários bancos nacionais em bolívares e em moeda estrangeira.

Machado disse que a decisão da CGR tinha motivações políticas: "o regime sabe que já está derrotado".

"Agora votaremos com mais força, mais rebeldia e mais vontade nas primárias. Aqui, quem 'habilita' é o povo da Venezuela. Até ao final é até ao final", escreveu na sua conta da rede social X (antigo Twitter).

Leia Também: Atividades económicas ilícitas atingem 16% do PIB da Venezuela

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